Retomando as ideias de Gérard de Figari desenvolvidas no Seminário Internacional realizado em Lisboa sobre o tema da avaliação de professores, poderemos enunciar:
- Riscos sociais
* induzir a percepção de uma «avaliação social e organizacional» que ‘vai colocar nos eixos os professores’
* difundir implicitamente uma imagem «tecnocrática» da avaliação
* invasão da esfera específica da acção profissional
- Riscos Individuais/profissionais
* não considerar o indivíduo, a pessoa concreta
* contribuir para a desvalorização da sua «auto imagem»
* acentuar os handicaps e não os êxitos
* acentuar o individualismo (numa profissão que reclama a cooperação)
- Riscos Relacionais
* provocar conflitos e contenciosos entre avaliadores e avaliados
* competição injusta
* influenciar o clima da escola (no sentido negativo)
- Riscos Organizacionais
* reforço da desconexão e balcanização
* sobrevalorização do formalismo
* isolamento, transformação dos meios em fins.
5 comentários:
A questão da avaliação leva-me a voltar à questão da Ordem dos professores. Num contexto onde coordenadores de departamento e presidentes de executivos podem exercer o poder através de uma manipulação da avaliação a Ordem podia e devia estar presente nesse processo, por um lado como garante da qualidade e rigor da avaliação, e por outro como protectora das pressões inevitáveis aconteçam. Sinto e já tenho conhecimento de casos de colegas ameaçados por quem detém o poder de avaliar, a complicação vem aí e ninguém me tira da cabeça que neste contexto, mais do que nunca o debate acerca da Ordem é fundamental.
Questão complexa sobre a qual não tenho uma posição clara e definitiva, sendo mais as dúvidas que as certezas. Talvez seja um bom tema para o Miguel lançar para debate no Aragem....
Venha a Ordem e rápidamente.
Noutras profissões Ordem e Sindicatos não são incompatíveis: cada macaco no seu galho, mas que obrigaria a uma revisão do modo como o nosso Ministério trata dos nossos assuntos, atrevo-me a profetizar que sim.
Assim o queiram os Professores e os Sindicatos permitam
Manuela Sampaio
Jma, estou contigo, também não tenho certezas, o que me lixa a cabeça é ficar com a ideia de que o sindicato não quer só porque tem medo de perder poder, quando: 1º) acho que é precisamente ao contrario; 2º) esse nunca pode ser o motivo certo para impedi-la; 3º) a Ordem pode sair da estrtura sindical desde que mantenha a sua independencia
Se a Teresa Pombo não se opuser, e o Miguel Sousa concordar, no final da semana podemos lançar este assunto. Pode ser?
Enviar um comentário