segunda-feira, outubro 19

Encontro de três confrades



Aproveitam-se os pretextos possíveis e lá consegui juntar o JMA e a IC :)

quinta-feira, outubro 15

Da In/Disciplina na sala de aula - sugestão de leitura

Sugiro vivamente a leitura deste post do JMA, já que ele foi ultrapassado rapidamente por outros. Como o texto é longo, deixo uns pequeninos excertos para "abrir o apetite". (O primeiro, fora da frase completa, fica em jeito de título)

. como o estilo de comunicação e de ensino utilizado pelos professores na aula se pode tornar factor de indisciplina

. Para além das metodologias utilizadas, outros factores são importantes, tais como as posturas incorrectas do pro­fessor, incorrecta administração do espaço e do tempo, incapacidade de «testemunhar» o que se passa nos quatro cantos da aula, a má gestão das intervenções e dos estímulos à participação

. Estrela (1986: 152) verifica, por exemplo, que a maior parte dos comportamentos perturbadores se produzem quando o professor se revela incapaz de prestar atenção simultânea a duas ou mais situações diferentes

. Amado (1998), por sua vez, associa os «desvios à comunicação» por ele observados em aulas, aos momentos e situações em que:
- os alunos «de trás» (às vezes aí reunidos livremente) eram aban­donados à sua sorte;
- o professor se virava de costas para a turma a fim de escrever no quadro;
- o professor se alheava da turma e atendia a situações pontuais ou procurava algo;
- o professor decidia mudanças de actividade;
- os alunos acabavam a tarefa e permaneciam sem novas instruções;
- o professor tinha um discurso oscilante, como quando deixava um tema, iniciava outro e de repente, voltava ao anterior.


. Em suma, trata-se de um conjunto de situações já, em parte, identifi­cadas por diversas investigações como possuindo uma forte correlação com a indisciplina. Saliente-se que algumas destas situações foram clara­mente denunciadas pelos alunos como incompetências didácticas e facto­res da indisciplina.

. o professor não pode revelar incapacidade de exercer adequadamente o seu poder, manifestar falta de autoridade, de firmeza e de experiência

. os alunos esperam que os professores actuem com autoridade e poder dentro da aula. (...) O problema está na gestão desequilibrada dos poderes e na queda em extremos: autoritarismo de um lado e permissividade, do outro.

. A assertividade - Esta é a característica do professor que sabe fazer-se respeitar começando por respeitar os alunos, acredita neles e con­fere-lhes responsabilidades, censura e admoesta recordando a regra, tem em conta os comportamentos e não as pessoas (sem perder o humor, sem ser cínico, sarcástico ou ofensivo). (Este é o último parágrafo do post do JMA, o destaque é meu e desculpem o sublinhado, mas, a meu ver, é a característica sem a qual as outras de pouco ou nada servem, embora muito importantes se associadas com ela)

terça-feira, outubro 13

Em Homenagem à IC

Não conheço pessoalmente a IC. Mas creio conhecer no que é mais importante, no que "é invisível aos olhos": a dedicação profissional, o respeito pelos alunos, o desassossego face às rotinas paralisantes, a esperança, a persistência... Atributos que já me fizeram oferecer-lhe um dvd, dos que mais amo.

Ela é a responsável por estar a escrever estas palavras. Para dizer o quê? Penso na resposta. Hesito um pouco. Mas logo a mente se agita. Escrevo para dizer a necessidade de nos reinventarmos como pessoas e como professores. De nos reinventarmos numa profissionalidade exigente e solidária mas afastada do balido do rebanho. Para dizer que temos de fazer da profissão o "primeiro de todos os ofícios". O mesmo é dizer colocar os alunos em primeiro lugar no seu direito/dever de aprender as bases do ser, as bases da cidadania, da responsabilidade. Para dizer a urgência de reinventar a escola, necessária casa de humanidade, longe das montanhas de papéis, longe dos rituais burocráticos, longe do faz de conta, longe da irresponsabilidade.

Para dizer a imperatividade de uma outra política: que não deixando de ser exigente, não esqueça que as pessoas não podem ser sistematicamente desautorizadas. E que o centralismo burocrático é a mais perniciosa das ilusões.

domingo, outubro 11

A minha tese e o Kenny

Hoje apeteceu-me ouvir Kenny Rogers... o meu marido diz que sou nova demais para ouvir isto... quero lá saber! O senhor faz-me sentir bem e relaxar... numa altura em que me esforço por escrever um capítulo da minha tese!!!


sexta-feira, outubro 9

Criatividade no ensino precisa-se!

A pedido da Isabel Campeão, publico aqui o meu último post.
Seguem-se algumas questões da Isabel que poderão servir para provocar alguma discussão e dar uma ar fresquinho ao Aragem. Que tal?

"Terça-feira, Outubro 06, 2009
Começo a conhecer, pouquinho a pouquinho, as minhas turmas (7ºano). Esta sensação é sempre engraçada: cada turma é composta por 20 a 25 adolescentes que tento sempre conhecer bem na sua individualidade, nos seus gostos e interesses, sobretudo, nas suas necessidades de aprendizagem.
Tive três aulas hoje; apenas uma com a turma completa; as outras duas com grupos de apoio. O primeiro grupo de apoio: brincalhão e desmotivado; as estratégias a seguir terão que ser essencialmente lúdicas naquele pequeno espaço em que procurarei que me tragam as dúvidas que são incapazes de expor frente ao grupo-turma completo. Esperava o pior do segundo grupo: demasiado grande, muitos rapagões que na aula facilmente se distraiem. Fiquei boquiaberta: postura extraordinária de quem reconhece que precisa da minha ajuda extra: foram concentrados, agradáveis, trabalhadores; saí de lá feliz e muito orgulhosa deles.
Mas.. vamos à aula da manhã: último tempo, antecedendo a hora de almoço com um grupo de 25 conversadores, inteligentes mas agitados. As minhas aulas são normalmente muito participadas pois parte do meu trabalho passa muito mais por puxar pelos neurónios deles do que expor conteúdos (só se aprende a ler e a escrever, lendo e escrevendo e, sobretudo, pensando: a gramática é só para dar uma ajudinha).
Hoje íamos finalmente constituir os grupos e iniciar as leitura dos contos tradicionais que deverão passar a narrativas digitais (ver em
http://eestorias.wordpress.com). Antes disso, uma pequenina tarefa de escrita. A forma como reagiram levou-me depois a pensar na diferença de modos de ensino. A forma como a propus é natural para mim (os meus alunos costumam habituar-se depressa ao facto de eu "fazer diferente" e convivem bem com o facto; sou chata, faço-os trabalhar muito mas convivemos bem). Vejamos:
MODO UM (o que eu não usei): "Meninos vamos aprender como se faz uma Biografia, têm aqui uma fichinha e tal ; isto faz-se assim e assado, perceberam? toca a fazer a Biografia da pessoa tal... sem hipotese de escolha..."
MODO DOIS : ora bem, os contos populares que vão hoje começar a ler foram recolhidos por um escritor chamado Teófilo Braga. O nome diz-vos alguma coisa? Alguns lembraram-se de ter ouvido falar dele nas aulas de História e Geografia e Portugal :-) e sabem que data se comemorou ontem? Implantação da República... quase 100 anos! E o que é que uma coisa tem a ver com a outra? pois bem se são uma e a mesma pessoa, não acham que merece uma Biografia? Dou-vos 3 coisas: duas datas e uma nuvem. Uma nuvem? Sim. Uma nuvem de palavras. Ganha a Biografia que conseguir usar mais palavras desta nuvem. E vruummm.... lá foram eles... todos.... aplicadíssimos a fazer a tarefa... e sempre preocupados porque eu sou tão má que lhe dou limites temporais. Ainda não vi os resultados mas para mim o melhor já foi... o gosto por escrever e descobrir, no final, quem foi Teófilo Braga."


"Modo um" - o que não usaste mas que é o usado pela maioria dos professores;"Modo dois" - o que usaste e deveria ser usado por todos os professores.
O que é preciso para que grande parte dos professores mudem os seus métodos, que são os mesmos com que foram ensinados, e a geração anterior idem, etc. ??? Problema da formação de professores? Problema de comodismo para não usarem a criatividade? Resistência a qualquer mudança? Insegurança? Outro que não me ocorre? (IC)