quinta-feira, dezembro 30

segunda-feira, dezembro 27

O alçapão.

Uma vez mais o tempo e a eterna luta pela sua posse. Consegui, e não importa lementar o que ficou por fazer, disponibilizar algum tempo diário para fazer um trabalho que não me dá nenhum gozo [é uma perspectiva técnica, obviamente]. Transformar os VHS para os actuais dvd’s. A azáfama começou quando o velhinho leitor começou a manjar as ditas fitas. Claro que tive critério em toda esta trabalheira: em primeiro lugar houve que recuperar os registos infindáveis dos primeiros anos de vida da minha filha. Agora que revivo os momentos, que recupero algumas das emoções quase esquecidas, nem quero acreditar nas marcas do tempo.
Não, não me atrevo a recomendar este exercício a ninguém. Até porque o alçapão do tempo é singular.

domingo, dezembro 26

No dia seguinte...

.... o ritual natalício materializado no Pai [comercial] Natal deixa sempre um espaço para outro Natal. Não receemos. Os vocábulos, harmonia, solidariedade e amizade, não se romperão com o uso no quotidiano.

quinta-feira, dezembro 23

Boas festas.

Agora que a época natalícia me desvia da blogosfera e compromete a produção da escrita, há que aproveitar o canal aberto para desejar a todos os que por aqui passam UM BOM NATAL.

domingo, dezembro 19

[Re]descoberta...

O quadro ali colocado era belo: Intensamente quente, disforme, convidando o olhar para uma linha do horizonte aparentemente silenciosa.
Que daltonismo é este que permite aceder à emoção da cor, despreocupada e indefinidamente?
Seria um jogo interessante procurar descobrir os domínios cujo olhar é incapaz de transpor.

sábado, dezembro 18

O exame é uma competição?

Os debates realizados em torno dos exames nacionais utilizam variadíssimas linhas de argumentação. Nunca vi este tema ser discutido a partir deste ponto de vista: O exame é, efectivamente, uma competição.
A questão que eu coloco é a seguinte: Será legítimo analisar o exame como processo social a partir do[s] quadro[s] de referência utilizado[s] na competição desportiva?
Se aceitarmos como válida esta proposição, o processo de exame [tal como o processo de competição desportiva] subordinar-se-ia aos objectivos formativos dos jovens. Desse modo, os exames dos jovens teriam de ser substancialmente diferentes dos exames dos adultos. Ou não?

terça-feira, dezembro 14

Amnésia colectiva …

… será uma das condições para que se venha a cumprir o acordo pré-eleitoral assinado hoje entre os dois partidos que nos (des)governaram.

domingo, dezembro 12

Cantinho do adepto.

Hoje não vi estrelas em Belém.

sexta-feira, dezembro 10

Aldrabões?

O recente episódio entre o ministro da defesa e um colega do governo a respeito de uma tal Bombardier, veio relançar duas questões que os políticos que nos governam têm de esclarecer pela sua acção:
Qual a diferença entre uma mentira e uma não verdade?
Um indivíduo que diz falsidades é um indivíduo aldrabão?

Claro que podemos passar para os domínios das intenções, dos sentidos, etc., etc.

quarta-feira, dezembro 8

É um tempo…

Reforçando a ideia da entrada anterior:
É um tempo de magia e fujo dos ilusionistas [já não há paciência para aleivosias de ministros e altos/médios/pequenos dirigentes], é um tempo de fé e o Pai Natal não se afasta dos centros comerciais [o grande paradoxo é que somos nós que o alimentamos], é um tempo de verdade e a Justiça perde credibilidade.

terça-feira, dezembro 7

Época circense.

Nem o circo montado em torno do “apito dourado” provoca a discussão acerca do desporto, do desporto que mais nos interessa [penso no interesse colectivo, no bem comum, obviamente]. Pensava eu [afinal erradamente] que os momentos de crise suscitavam reflexões alargadas em torno dos factores que motivam essas mesmas crises.
A quem é que interessa essa coisa da reflexão?
Para quê rebater sobre algo que se julga imutável?

domingo, dezembro 5

Fim-de-semana invulgar...

Uma festa de casamento e uma festa de aniversário…uffa!

quinta-feira, dezembro 2

Uma questão de visibilidade?

O que dizer deste texto de JPPereira?

O que eu disse:

Caro JPPereira, sou obrigado a concordar consigo quando diz que os órgãos de comunicação social, durante as crises, incidem os seus holofotes nas discussões sobre a parte da economia que depende do Estado. Há, efectivamente, uma espécie de orgia de “economês” entre os jornalistas e os políticos partidários. Não se trata, obviamente, de questionar a importância da economia na vida dos cidadãos, principalmente numa época cuja miséria veio para ficar e não se sabe por quanto tempo. É verdade, “parte da política onde o comando nacional é quase total e que é mais importante para nos arrancar da mediocridade – como por exemplo a educação e a formação profissional – nunca é discutida”. Atrevo-me a procurar uma razão para esta omissão: o desacerto entre o tempo dos tempos que correm e o tempo que a educação não prescinde para cumprir o seu papel. Como sabe, os órgãos de comunicação social actuam no imediato, procuram desenfreadamente andar à frente do tempo, promovem uma cultura imediatista pronta a consumir. Creio que a surdez que o JPP diz existir nas agendas mediáticas encontra uma correspondência na vida das instituições escolares. Paradoxalmente, as políticas educativas anseiam por professores acríticos. Só existe o que se vê e ouve, dirão os incautos que crêem nas virtudes da bazófia. Não faltam exemplos de que a vida e o que vale a pena na vida é muito mais do que mostra a aparência. A última convulsão política atesta o que estou a dizer. Mas, regressando ao seu texto, deixe-me fazer-lhe um reparo. No espaço que muitos designam de blogosfera e que JPP conhece bem, professores e estudantes [será que alguma vez deixamos de o ser?] discutem a educação. Fazem-no com paixão [e não há que ter vergonha de utilizar o termo], com emoção e com sentimento [como diria Damásio].
Será que está na disposição de contribuir para aumentar a visibilidade destas franjas de gente do pensamento na comunicação social que lhe abre as portas diariamente?

quarta-feira, dezembro 1

sábado, novembro 27

Uma porta entreaberta.

A blogosfera vai crescendo, vai ganhando novos adeptos por via da diversidade de motivos e de paixões. A conversa incidia nos problemas relacionais intra-agrupamento de escolas e a [in]acção das autarquias. Não sei precisar o momento em foi introduzida a questão da abordagem às novas tecnologias no 1º ciclo do EB mas foi interessante verificar a curiosidade dos colegas que desconheciam o fenómeno Blog. O desafio Netescrita e a experiência Ouguela foram os pretextos utilizados para reconduzir os mais cépticos à Net. Fiquei convencido que a blogosfera ganhou dois novos membros.
Será que se aguentam sem recaída?

sexta-feira, novembro 26

quarta-feira, novembro 24

Deslumbramento...


... através de um olhar.

sexta-feira, novembro 19

Alienação ou ...

... ser capaz de perceber as fronteiras do risco!

quarta-feira, novembro 17

terça-feira, novembro 16

Saber ouvir.

O otorrino foi claro: Evite falar alto. Mas não precisava de o ter dito. Os sussurros acabaram por marcar estes dez dias de clausura parcial. Curiosamente, para retirar benefícios da situação nefasta, procurei testar a minha capacidade de auscultação, de tolerância, de controlo emocional. As reacções de desagrado ou a contestação habitual resultante da adversidade eram filtradas e retardadas. Ganhamos todos. A família, os alunos, os colegas, e eu.
São as nossas lições de vida!

sábado, novembro 13

Por falar em tempo...

... entrei na escola com a farpela de encarregado de educação a pretexto do Magustão. Considero estes encontros importantíssimos para ampliar a relação de confiança que deve envolver o acto educativo. Os professores e auxiliares presentes desdobravam-se em trabalho. Um trabalho que nem sempre é reconhecido mas que é fundamental para materializar o clima da escola. Não, não quero olhar para este quadro a partir de uma perspectiva meramente laboral.

quinta-feira, novembro 11

Há dias assim.

O olhar não acha nada que o prenda.

quarta-feira, novembro 10

A luta pelo poder…


... renovada.

Sequelas de um corpo sentido debilitado.

Citando Damásio (p. 355):

“A consciência começa por ser um sentimento, um tipo especial de sentimento, bem entendido, mas, mesmo assim um sentimento. […] as raízes profundas da consciência - a consciência nuclear e o seu simples si – são revelados ao organismo de uma forma que é simultaneamente poderosa e fugidia, inconfundível e vaga.”

terça-feira, novembro 9

domingo, novembro 7

Post do adepto.


SLB

Esta foi, sem dúvida, uma nova aragem!

Por quanto tempo?

Uma sugestão de leitura...

... para reflectir, demoradamente, os Projectos Educativos.

sábado, novembro 6

Admirável!


(Jim Lavrakas/Ancorage Dally News)

quarta-feira, novembro 3

Amanhã...

... o Mundo estará mais seguro.

É a ironia do destino.

É o alvo...

... que determina o sentido!

Será assim tão... óbvio?

terça-feira, novembro 2

domingo, outubro 31

Algo de sinistro…

No jogo de futebol realizado esta quarta feira em Guimarães entre o clube local e o Porto houve uma ocorrência numa fase do jogo que obrigou o Costinha (para os desinteressados pela coisa futebolística é um jogador do Porto) a sair compulsivamente. Um choque com um adversário deixou o jogador inanimado no relvado. A cena foi observada pela plateia das bancadas do estádio e dos sofás em casa dos telespectadores. Naquele instante, creio ter perpassado pela mente de todos a imagem ainda muito recente do Miklós Fehér a sucumbir de uma forma brutal. Estes dois casos de grande intensidade trágica, incomparáveis nas causas que lhes subjazem, potenciam no fenómeno futebolístico televisionado a dimensão dramática do desporto.

Não haverá algo de satírico sempre que o funesto acontece?
Observem a(s) vida(s) rotineira(s) que vai(ão) preenchendo o tempo do comum dos mortais.
Reparem neste quadro em que a vulgaridade das sensações e emoções que ocorrem no quotidiano não consola o insaciável homem pós-moderno.
Estabeleçam analogias com a infindável busca do excesso.

Deslumbramento...


quarta-feira, outubro 27

Ambição…

Desde que adquiri um nova máquina ainda não consegui desfrutar o seu potencial. O ficar aquém é uma atitude que não me agrada. Nunca gostei da sensação incontornável de não ser capaz de dar o passo seguinte. Não só com as máquinas mas, fundamentalmente, com as pessoas e com a vida. O receio do passo em frente significar a queda no abismo remete-nos para a mediocridade das relações e da exiguidade no esforço de chegarmos mais além. Não creio que terá sido esse desígnio para que fomos votados.

domingo, outubro 24

Voaram...

... estes sete anos. Foi um longo dia que valeu uma vida. A mãe e a filha estão de parabéns. Agora… deixem-me lá regressar à festança.

sexta-feira, outubro 22

Está iminente uma nova aragem.

Há dias em que me sinto assim. É como se estivesse suspenso a sobrevoar os problemas terrenos. É como se exigisse vê-los de longe para melhor os avaliar.
As notícias intoleráveis chegam aos molhos.

Saio em defesa da minha sanidade!

quinta-feira, outubro 21

Não seria de esperar outra coisa: Máquina nova, havia que lhe puxar o lustro, instalar os acessórios que lhe dão um toque pessoal, criar o tal ambiente de trabalho acolhedor. Com esta azáfama toda acabei por me deixar isolar, de passar ao lado dos portos de abrigo, de navegar ao largo.
Recuperarei este atraso assim que sopre uma aragem, logo que lance um outro olhar.

segunda-feira, outubro 18

roubadinho...

LR dizia no Blasfémias que "O Porto ganhou!!! E roubadinho que fosse, ainda sabe melhor... "
Suponho que LR diria o mesmo se se referisse aos impostos, à análise política, à sua conta do supermercado... Ou não?

(Des)apontamento

Não fiquei indiferente ao resultado final do jogo de futebol entre duas das melhores equipas da Liga principal. Não irei discorrer sobre as questões técnicas do encontro porque este espaço dispensa este tipo de análise. Referir-me-ei às questões que mexem com os entusiastas, com os adeptos básicos, com os especialistas da bancada ou do sofá. Para aqueles que se sentiram vencedores o jogo correu muito bem porque os "seus" atletas foram mais dotados que os adversários, que o maior problema foi a organização do evento e a ausência de condições de segurança, principalmente, para os visitantes. Para nós, os vencidos, os olhares fixaram-se na actuação parcial da equipa de arbitragem, carpiram-se mágoas pela ausência de sorte, agitou-se a bandeira do (ainda) líder do campeonato. É este o enquadramento clássico de um espectáculo futebolístico. É mais do mesmo. É disto que o povo gosta, como diria o comentador de rádio.
Como previra, o final do encontro foi agitado. Apareceu um boçal e um instigador armado em estratega, cada um lado do seu lado da barricada, procuraram agitar as massas acéfalas. É a contagem de espingardas.
No entanto, é nesta fase que o futebol deixa de ser admirável.

domingo, outubro 17

Outras aragens...

Esta auto-estrada está a ser construída e vai fazer a ligação Paris-Barcelona.

(Recebidas por e-mail)
Vejam as fotos de um dos seus viadutos. Um dos pilares vai ter mais de 200 metros de altura... se tiverem vertigens, um conselho: Viajem pela estrada antiga.

quinta-feira, outubro 14

Uma paleta anatómica.

Ontem, no final do jogo, ocorreu-me a declaração de um ex-presidente do glorioso que vaticinava, na anatomia da equipa nacional, uma coluna vertebral vermelha e branca.
É muito fina a linha temporal que separa o quixotesco do vulgar.

quarta-feira, outubro 13

A blogosfera...

... também pode ser terapêutica. Aconteceu no blogamemucho.
É apenas um dos seus vastíssimos sentidos!

domingo, outubro 10

Sala de professores

Um novo espaço de discussão. Entre na sala de professores.

Não há machado que corte...

O mediatismo dos acontecimentos políticos e sociais afecta, irremediavelmente, o nosso quotidiano. Uns serão mais susceptíveis do que outros aos efeitos do facto do dia. Hoje, talvez mais do que ontem, os nossos olhares incidem em situações que vislumbram relações de poder.
A paranóia persecutória não se pode apoderar dos que têm a missão de abrir caminho à liberdade de expressão do pensamento.

quarta-feira, outubro 6

Saiu o tiro pela culatra?

Raramente sintonizo a TVI. Da sua programação destaco dois dos seus programas por razões bem diversas: Os jogos de futebol do glorioso que ocupam aquele espaço dedicado à emoção e à paixão dispensando qualquer acrescento de razão; E o jornal da TVI quando é coadjuvado pelo professor Marcelo. Sobre o meu primeiro destaque não tecerei qualquer comentário porque sem esta coisa do desporto a vida não nos chega, não nos satisfaz. Contudo, a vida “séria” tal e qual ela nos é apresentada pela informação diária sofre tantas distorções quantos os olhares que sobre ela são perspectivados. Isto é, os acontecimentos não nos chegam no seu estado “puro”. Vão sendo decompostos, reconstruídos, filtrados. Os Marcelos da nossa televisão ampliam a representação da vida. Não sei se a diluição das fronteiras entre a informação e o espectáculo não terá impulsionado um novo paradigma jornalístico? É, porventura, um assunto que suscitará novos olhares.
Voltando à programação da TVI e ao jornal de domingo. Habituei-me a ouvir o professor Marcelo e sempre achei graça ao seu estilo douto e ligeiro. Aprecio a agilidade com que aborda os assuntos e a acutilância dos comentários mais do que a substância das suas opiniões. Pela minha parte, os dirigentes do seu partido escusavam de ter provocado a saída do professor do mediatismo televisivo quando ele virou o bico ao prego.
Será desta que o feitiço se virará contra o feiticeiro?

segunda-feira, outubro 4

Uma aragem existencial...

O que fazer de um blog que nasceu para pequenos reparos e que, aqui e ali, se vai refugiando em textos que sugerem um olhar mais profundo, que sempre procurou tratar os assuntos pela rama e desespera pelas questões mais complexas, que quer funcionar como uma válvula de escape para as rotinas diárias e evita tratar os assuntos do dia-a-dia?

sexta-feira, outubro 1

O vernáculo revisitado.

Um texto para ler aqui.
Sorria!

O tempo livre é um desafio.

O Gustavo faz um apelo à partilha da informação resultante da palestra de Augusto Santos Silva (ASS) “A escola perante o desafio do tempo livre” referida na entrada anterior. De forma sucinta, destaco duas ideias chave: ASS desmistifica a ideia de que a sociedade evolui tendencialmente para um acréscimo do tempo livre; ASS considera inevitável que a escola incorpore o tempo livre (tempo de não trabalho) do aluno no currículo escolar.
Se a primeira ideia não mereceu qualquer contestação, já a segunda ideia foi alvo de uma série de reparos que foram aproveitados por ASS para clarificar que o tempo livre não deve ser tratado num espaço disciplinar. É a escola, no âmbito do seu projecto educativo, que deve encontrar as oportunidades para enquadrar esta temática.
Concordo com ASS e aproveito para sugerir um caminho. Enquanto que a dimensão curricular da escola cumpre os desígnios do princípio pedagógico da heterodeterminação consubstanciado na obrigatoriedade, universalidade e homogeneidade das diversas áreas disciplinares, o princípio pedagógico da autodeterminação concretizado na liberdade individual, diferenciação e heterogeneidade das actividades extralectivas encontra nos clubes escolares um espaço pedagógico privilegiado para proporcionar aos alunos a satisfação das suas exigências de realização pessoal de acordo com as particularidades vocacionais.
Houvesse vontade política e as escolas saberiam como responder ao desafio do tempo livre.

terça-feira, setembro 28

10º Congresso de Ciências do Desporto e de Educação Física dos Países de Língua Portuguesa.

O Auditório estava meio cheio para ouvir Augusto Santos Silva tratar o tema: “A escola perante o desafio do tempo livre”. A ausência do Professor Manuel Patrício não passou despercebida.
Ainda houve tempo para a conferência do Professor Manuel Sobrinho Simões “A renovação das ciências da saúde.”

segunda-feira, setembro 27

A irresponsabilidade tem um rosto.

[...] “Estas dúvidas têm que ser esclarecidas pois vão direitas ao cerne do Estado. Os Ministros são enganados pelos directores-gerais? Os directores-gerais são incapazes de fiscalizar as empresas prestadoras de serviços ao Estado? Os Primeiros-Ministros não fiscalizam os Ministros para a realização do bem público? O falhanço das listas de professores parece revelar que a Administração Pública não funciona”.

Vamos ser claros. O governo é inábil no desempenho da sua principal função e acaba por ser devorado pelos chavões do rigor e da exigência que ele próprio utilizou para fazer “emagrecer” o estado. Paradoxalmente, a tese de que a Administração Pública não funciona continua a servir perfeitamente os desígnios ideológicos deste governo. Para o bem e para o mal.

sexta-feira, setembro 24

Formação.

Os oito dias de dispensa de serviço para formação são manifestamente insuficientes se observarmos as exigências do ofício.

Antes do ano terminar recomendo três eventos :

Com muita pena minha só poderei estar no primeiro evento.

Balanço

Alimentar dois blogues não é fácil. O outroolhar ou se preferirem o olhardomiguel, mais maduro do que o Aragem, tem ocupado o tempo que tenho disponível para as actividades bloguísticas. É um tempo de balanço.

terça-feira, setembro 21

Mandatos limitados...

Acrescento uma questão, quiçá de menor importância, às perguntas para desenvolver no futuro que foram enunciadas no paixão da educação:

A restrição de mandatos no exercício de um cargo no Conselho Executivo precaverá ou não a acção de redes perversas no interior das escolas?

domingo, setembro 19

Os "Filhos de Rousseau" Têm as Costas Largas.

Por ANTÓNIO MANUEL HESPANHA no Público:

"A generalidade dos comentadores estabelecidos vem elegendo como culpados de quase todo o mal do mundo os "filhos de Rousseau". Querem designar assim os que entendem que tem que haver algum governo; e que é melhor que esse governo provenha de um sujeito que se sabe quem é - nem que seja para o criticar - do que de entidades sem lugar, sem nome, sem cara, como é o "mercado", a "globalização", o "país real". Essa entidade de quem os "filhos de Rousseau" esperam uma certa racionalização da desordem estabelecida é o Estado.

[...] Resta-nos sempre ir aprendendo com os obsessivos esforços educativos dos liberais, que sensatamente crêem que eles é que sabem como é que nós devemos saber e fazer. Todas as semanas, nas suas colunas de jornal, lá estão eles a ensinar-nos a pensar, a sentir, a comportarmo-nos, já tendo um chegado mesmo à maneira de nos vestirmos. Tudo muito liberalmente, claro..."

sábado, setembro 18

Menos escolas...

... menos alunos e mais professores.
Maior abandono escolar?
Menos habitantes em idade escolar?

quarta-feira, setembro 15

Curso Tecnológico de Desporto (CTD).

Saudação especial aos colegas que corporizaram aquele grupo fantástico que se reuniu em torno do CTD. Este espaço será vosso no caso de desejarem publicar textos, notas informativas, etc.
Bastará clicar aqui e deixar o conteúdo na minha caixa de correio.

domingo, setembro 12

Uma nova vaga de treinadores.

O futebol ocupa, forçosamente, um lugar na minha escala de prazeres. Está bem, será um exagero, mas creio que poderia afirmar que a minha relação com o fenómeno é umbilical. Cresci com a sua prática e tornou-se profissão. Mais do que um passatempo foi o próprio tempo.
Variando de lente consoante os fins que me levam ao acontecimento, vejo no jogo um excelente meio pedagógico. A extensão do fenómeno é tal que a partir dele podemos tocar em tudo o que diz respeito à vida.
No final do jogo Braga-Porto pude observar as reacções de alguns dos seus intervenientes. As declarações à comunicação social dos jogadores e treinadores logo após “o apito do árbitro” geram, muitas vezes, espectáculos hilariantes. Mas disso não irei falar. Nem foi este o caso. O que importa destacar é a lógica dos discursos dos diferentes actores. Os jornalistas, atletas, treinadores. Nem sempre é possível demarcar os níveis do discurso, mas neste jogo, percebemos que o treinador do Porto não afina pelo diapasão dos treinadores especialistas em conversas de café. Aguardarei pela confirmação desta minha suspeita. A evasão deste treinador às questões de um jornalista centradas no julgamento do trabalho do árbitro logo após o desaire da sua equipa revela duas coisas: que o treinador é corajoso não se demitindo das responsabilidades e que não cede à tentação de “sacudir a água do seu capote”; que compreende a lógica interna do jogo.

...

Invariavelmente, os encontros esporádicos com companheiros de infância e adolescência que percorreram um caminho semelhante na escola ou no clube servem para recuperar as experiências marcantes, as aventuras e as cenas que ficaram guardadas na memória de cada um.
É a nossa vingançazinha contra o tempo.

sábado, setembro 11

Uma sugestão...

... de leitura:
Este texto no Abnóxio.

quinta-feira, setembro 9

Hipocrisia.

O PIB cresceu com o Euro 2004...
As escolas estão carenciadas de espaços desportivos...
O Mundial é já daqui a dois anos...
Os alunos reclamam, exigem espaços de prática desportiva...

quarta-feira, setembro 8

Conversas...

Não tenho acompanhado, não estou particularmente interessado, não sou um entusiasta pelas lutas pelo poder que se vão sucedendo no interior dos aparelhos partidários. São questões de teor associativo que só merecerão a atenção dos simpatizantes, associados, ou especialistas de bancada. Mas é impossível não ouvir o que se diz, fazer de conta que é irrelevante, que o nosso destino não está a ser fabricado nessas rixas.
Ontem, ouvi a parte final da entrevista de José Sócrates num canal de televisão privado. Destaco as suas preocupações pela EDUCAÇÃO, CONHECIMENTO, DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO (suponho que foi esta a expressão utilizada). Desconfio que qualquer seu rival diria o mesmo. A questão é saber quais as políticas que estão destinadas a cada uma destas áreas fundamentais para o desenvolvimento do país. Dirá que ainda é cedo, que o importante é a definição de uma estratégia para o médio e longo prazo.
Chover no molhado?

Blogspot encalhou.

Sapo volta que estás perdoado!

terça-feira, setembro 7

...

Tenho de me despachar. Ainda não comprei o bilhete.

segunda-feira, setembro 6

Outroolhar

O Outro olhar mudou de URL (não sei ainda por quanto tempo).

http://olhardomiguel.blogspot.com/

domingo, setembro 5

Outras “deslocalizações”.

O Da Escola transferiu as suas malas do Sapo para outro sítio.
Agora está aqui.

sexta-feira, setembro 3

Mudança temporária?

O outroolhar tem ficado sem ver por inércia do Sapo.
Em alternativa crei, temporariamente, um novo outroolhar aqui.

?

  • De "colocação" em "colocação", e por entre múltiplas outras fragilidades, que escolas resultam desta complexa nebulosa de lógicas sistémicas?
  • Que vida têm estes (não) lugares de educação?
    Que profissionais serão estes, e que cultura profissional será a que resulta de anos e anos desta perversa mercadorização do ensino?
  • O que significa estruturalmente para um sistema educativo ser alimentado e depender cada vez mais de um contingente sempre engrossado de precários, prontos a utilizar e deitar fora, coleccionando pontos e migalhas aqui e ali até à miragem de uma integração mais estável?
  • Qual é o resultado de tudo isto no longo prazo?

Questões pertinentes suscitadas pelo Miguel Cabrita no País Relativo. São três pequenos textos. (1,2,3)

...

Para quando o primado do ouvir?

quarta-feira, setembro 1

Círculos fechados

Embora a blogosfera seja um espaço de partilha convidando, sugerindo mesmo, a participação através dos comentários, normalmente, acessíveis aos leitores, noto aqui e ali uma enorme tentação em circunscrever a discussão a um círculo de amigos como se de um chat restrito se tratasse. Essa barreira transforma os espaços de discussão numa mesa redonda afável mas claramente previsível quanto ao seu desfecho. Esta aparente estabilidade nos diálogos estabelecidos entre blogues amigos serve de filtro aos intrusos que, paradoxalmente, são convidados a participar, mas de longe, porque se crê na descida da fasquia da conversa. Esta dificuldade em lidar com níveis de discurso discrepantes pode reflectir a nossa aptidão ou embaraço em lidar com o outro, aluno, colega, encarregado de educação, ou outro elemento da comunidade educativa. É um bom treino para o professorado esta blogosfera. Os limites? Podemos começar com a recusa à ofensa gratuita. Depois podemos ir acrescentando partindo da nossa pirâmide axiológica.
Claro que não há receitas para esta coisa dos blogues. A razão que nos “obriga” a preencher uma boa parte do nosso tempo em frente ao teclado exige uma resposta multifacetada.
Desabafos!

terça-feira, agosto 31

No rescaldo da olimpíada

Ontem, num canal de televisão, assisti a um debate centrado na última olimpíada. Velhos problemas, as mesmas propostas de solução.
Se existe alguma convergência nos discursos que imanam da instituição escolar e dos clubes desportivos, ela baseia-se no princípio da complementaridade entre os dois subsistemas. A problemática nesta relação não está tanto na aceitação de um compromisso entre as duas instituições (já que ambos reconhecem essa inevitabilidade), mas está centrada nas funções que cada uma deve assumir no processo de preparação desportiva da criança e do jovem.

segunda-feira, agosto 30

Um modelo alternativo ao modelo piramidal.

O texto anterior sugere uma alternativa ao modelo piramidal de prática desportiva. É isso que irei fazer. De forma sucinta, sem grandes preocupações de detalhe, vou avançar com um modelo alternativo ao modelo piramidal que se designa de modelo inclusivo de prática desportiva.

(QJSC. 1995: 46 cit. Kirk e Gorely, 2000: 126)

É um modelo que visa a satisfação das necessidades de prática desportiva da população em geral, durante toda a vida, independentemente do nível de qualidade de que essa prática se reveste. É dada uma atenção particular ao uso de jogos modificados, ao trabalho iniciado no pré-escolar e à intervenção na formação de professores. A educação física é a porta de entrada para um estilo de vida activo, em vez de ser encarada como um dos pilares do desporto de elite.
Este modelo requer uma elevada coordenação, cooperação e comunicação entre todas as partes envolvidas no processo de desenvolvimento desportivo (nomeadamente, entre os vários departamentos governamentais, as entidades responsáveis pela formação de professores e treinadores, os grupos representativos de professores, etc.). É imperioso estabelecer uma forte ligação entre escolas activas e comunidades activas. É necessário alterar equipamentos e criar áreas adequadas para o desenvolvimento físico das crianças até aos 7 anos de idade.

O enquadramento do desporto na escola terá sempre de decompor o modelo piramidal como único organizador da prática desportiva. Um modelo alternativo à figura da pirâmide não cairá no logro de pretender banir o desporto de alto rendimento, porque este será sempre o referencial orientador de uma determinada prática. Um desporto que procura chegar a todos requer a coexistência de uma pluralidade de paradigmas que enquadrem e fomentem um desporto radicalmente plural.

domingo, agosto 29

Modelo piramidal

Solicitaram-me um esclarecimento sobre esta coisa do modelo piramidal. Sem cuidar dos detalhes vou referir as características fundamentais deste modelo de prática despotiva.

School Sport & Physical Education Hierarchy (Tinning et al., 1993:88 cit. Kirk e Gorely, 2000:122)

Em Portugal o modelo de prática desportiva é piramidal. Sabemos que existem várias versões do modelo piramidal, mas a ideologia é a mesma: Um grande alargamento da base para que exista uma melhoria na qualidade da prática no topo. É exclusivo e selectivo porque diminui o número de praticantes à medida que aumenta o nível de performance. A educação física é um pilar fundamental neste edifício (é a sua base) e o desporto de elite o ponto mais elevado do edifício. A maioria das crianças participa na educação física escolar, mas só algumas delas chegam ao topo. É privilegiado o jogo na sua versão formal, assim como os desportos mais tradicionais. Muitos professores de educação física são cúmplices nesta forma de pensar os modelos de prática. As verbas distribuídas concentram-se, preferencialmente, nos níveis mais elevados da pirâmide e os equipamentos são construídos tendo como referência as necessidades do desporto de elite. Os outros níveis de prática são subalternizados enquanto que os espaços e materiais são disponibilizados para a prática do jogo formal, sendo privilegiados os desportos tradicionais.

Este modelo de prática, a meu ver, faliu.

sábado, agosto 28

Como se esperava...

... no rescaldo dos jogos olímpicos chega a hora do desporto escolar .
Hoje na Inglaterra, amanhã a discussão chegará aí.

É mais do mesmo!

quarta-feira, agosto 25

Alto rendimento medicalizado.

Robert Fazekas deverá tornar-se no segundo campeão dos Jogos Olímpicos de Atenas a ser desclassificado por uma violação aos regulamentos "antidoping". Segundo o Comité Olímpico Internacional (COI), o lançador do disco húngaro tentou manipular um teste, usando urina de outra pessoa para entregar como amostras para posterior análise.
Continuar a ler aqui.

Recupero as palavras de José Manuel Constantino (artigo publicado na revista Horizonte - nº 94) referindo-se a um dos argumentos utilizados para justificar uma legislação proibicionista relativa à dopagem: “o princípio da igualdade dos competidores é um dos mitos fundadores da concepção moderna de desporto. Supostamente, o desporto seria um espaço de confronto e de avaliação de desempenhos corporais, onde a igualdade dos participantes permitiria que os melhores vencessem. E os melhores seriam os mais talentosos.
(...) O argumento de que a prática de métodos dopantes introduzia uma desigualdade entre competidores não colhe."


Para reflectir

Numa ronda pela blogosfera encontrei uma referência ao artigo de Luis Osório no jornal A Capital relativo ao desempenho de Francis Obikwelu. Luis Osório enaltece a prestação desportiva do atleta e considera que o dia da final dos 100 metros foi muito importante para o desporto português. Para ele, as opiniões discordantes “tentarão desvalorizar o feito” e parece não ter dúvidas acerca da “(...) contribuição deste notável atleta para que Portugal se possa tornar um país mais evoluído, solidário e multirracial.”

Só duas breves notas:
1. O desporto de rendimento nacional não tem servido os desígnios de uma ideologia desportiva neoliberal porque nos afastamos, cada vez mais, do poletão da frente (sendo de particular relevância a observação do quadro de atletas medalhados). O desporto assente em modelos de prática piramidal é exclusivo e a sua eficácia terá de ser questionada pelos níveis de prática que gera.
O nosso modelo de prática desportiva de tipo piramidal faliu.
2. Pela minha parte não divinizarei nenhum atleta, sobretudo aqueles atletas que conquistam as medalhas. O desporto de rendimento está doente.

E mais não digo.

segunda-feira, agosto 23

A República virou-nos o cu.

Como eu gostava de ter escrito este texto.
Convido-vos a ler este pequeno desabafo, francamente justificado, do colega João.

domingo, agosto 22

Nota zero!

Subscrevo o comentário do Nuno acerca dos jornalistas que "se propõe a «avaliar» quantitativamente o desempenho dos atletas lusos".
Para eles nota zero.

Olhares

Talvez não tenha passado despercebido ao treinador José Mourinho o facto de ter passado o encontro de futebol Chelsea-Manchester sem o mínimo incidente com os adeptos da equipa adversária que assistiam ao jogo através do banco de suplentes sem qualquer grade separadora.
Não pude confirmar se nas declarações do treinador aos jornalistas ingleses houve alguma referência ao facto. Se essa situação seria viável nos estádios portugueses não sei. O treinador é experiente e um profundo conhecedor do seu ofício. Eventualmente, Mourinho já estaria avisado.
Para mim, não deixa de ser paradoxal o fenómeno do hooliganismo ter adquirido a sua máxima expressão na pátria do fair-play moderno.

O que dizer....

... das lamentáveis cenas de violência que decoraram o espectáculo oferecido pelo Porto-Benfica?
Talvez ajude a desmistificar a tese de que os portugueses são um povo de brandos costumes.

sábado, agosto 21

Irrequietudes.

Instável esta aragem.
Espero que gostem tanto como eu.

sexta-feira, agosto 20

Argúcia argumentativa.

Este Manuel Fernandes é o verdadeiro cromo. Diz o homem: "(...) ao garantir o grau de licenciatura em apenas três anos, este sistema alimentaria o mercado de trabalho com profissionais que, sem terem uma grande especialização, têm mais possibilidades de se adaptar a diferentes soluções e, de imediato ou após uma primeira experiência profissional, tirar um mestrado numa área totalmente diferente daquela que respeita à sua formação de base."
E porque não reduzir o tempo da licenciatura a um ano lectivo?
A coisa ficaria mais plástica!

quinta-feira, agosto 19

Ilusões.

Notei, talvez tenha sido o único, expressões de cólera nos rostos dos jornalistas que acompanharam os nossos olímpicos e que saíam das competições sem glória mas com a sua honra intacta.
Só porque vivemos num país de grandes crenças é que não me dá vontade de censurar os jornalistas que exigem milagres.

(Des)ilusão olímpica.

O desporto é plural de motivos, interesses e formas. Perversamente, há quem o queira reduzir à sua dimensão comercial cada vez mais centrada no espectáculo desportivo.
A opinião do público reproduz a obscuridade.

quarta-feira, agosto 18

Banda larga.

Saltando de blog em blog fui-me apercebendo das reacções provocadas pelo artigo da Dra. Bonifácio.
Afinal, não faltam pretextos para comunicarmos.

segunda-feira, agosto 16

Educação em cadeia.

Este artigo de opinião desencadeou esta cadeia de reacções. No queuniversidade, forumcomunitário, barnabé e no meu olhar.

domingo, agosto 15

Ementa informativa.

Prato do dia:
Pessoas e instituições desacreditadas.

sábado, agosto 14

Regresso

Foi, literalmente, uma aragem tonificante.

sábado, julho 24

Uma aragem de Verão.

Deixo a escola, a rotina e este espaço para partir, à procura de uma nova aragem. Lá para o meio de Agosto voltarei com outro olhar... menos sombrio, mais desprendido e leve.
Um bom descanso para todos.



quarta-feira, julho 21

Abnóxio.

Será um sofisma este abnóxio? Passe por lá.

terça-feira, julho 20

Ruminações digitais

"Não se pode provar uma negativa universal" é a resposta típica para afirmar que a Ciência não pode provar que Deus não existe.
Bem interessante esta discussão sobre lógica e epistemologia.



Conversas que ficam.

Um país como o nosso abarca a pluralidade da espécie humana. A conversa entre os cientistas (antropólogo, geneticista, e sociólogo) desmistificava a ideia da diferença.
Foi num canal televisivo com pouca audiência que estes interlocutores lançaram os seus olhares para o Homem.
Já passaram alguns meses...

sábado, julho 17

Amazónia.

Por uma boa causa. Assine aqui.


Quero estar onde estou.

Na verdade sinto que preciso de uma nova aragem. Pela primeira vez desde que iniciei a minha actividade profissional sinto uma perfeita sintonia entre o entre o tempo desejado e o tempo vivido. Dito de outra forma, é a primeira vez que as férias tempo coincidem com as férias espaço. A dissonância entre o tempo e o espaço não é assim tão invulgar e a expressão "quero estar, onde eu não estou" é reveladora de uma determinado sentido do tempo...
Valeu a pena recordar o António Variações.

quinta-feira, julho 15

Uma aragem

Hoje reservo o meu tempo para as pequenas coisas importantes.
Sentada ao meu lado, a Ana rejubilará.

Errei...

... está confirmado que o Dr. Bagão não vai para a Educação. O hino nacional será cantado nas finanças.

terça-feira, julho 13

Bagão na Educação?

Já não sei quem é que me sussurrou a notícia de que o novo ministro da educação seria o Dr. Bagão. Quanto ao Hino Nacional antes das actividades matinais, até aqui tudo bem... já foi suficientemente treinado durante o Euro 2004. O maior problema é o Padre-Nosso...

Humor negro...

O que faria o Dr. Barroso se se verificasse um revés na sua incursão pelo parlamento europeu?

segunda-feira, julho 12

Náusea…

...pela actualidade política. Ainda não consegui escrever nada desde que o Dr. Barroso fugiu.

domingo, julho 11

Anafados.

A cidade está em festa. Enquanto esperava pela campainha do carrossel apreciava os miúdos e os graúdos que os acompanhavam. Não tarda nada, os carrinhos de choque e os aviões terão de ser substituídos para receberem clientes cada vez mais pançudos.

sábado, julho 10

Mais do mesmo.

Li na Página de Julho que o próximo governo socialista já se encontrava a preparar a futura Lei de Bases da Educação.
A ser verdade, onde é que está o envolvimento, a participação generalizada e a necessidade de um consenso alargado que tanto reclamaram e que serviu de argumento para contestar a débil acção do governo liderado pelo Dr. Barroso?
Mais do mesmo!

sexta-feira, julho 9

Coisas simples

Presumo que a extensão dos textos anteriores e o grau de especificidade que eles encerram desmobilizou potenciais visitantes. Quem buscava uma brisa suave, uma aragem fresca, pode ter recebido rajadas de vento gélido. Pois é, todos sabemos que as aparências nem sempre encontram correspondência na substância. Na verdade, uma ideia simples pode configurar um enredo de difícil resolução.
A ideia simples é que o desporto é plural de motivos, intenções, finalidades, condições e modelos. A tarefa titânica é a operacionalização desta ideia.

quarta-feira, julho 7

Um desporto escolar plural (II).

O desporto escolar evoluiu com os estilos de ocupação dos tempos livres dos jovens que estão sistematicamente em mudança. Mas esta evolução do desporto escolar não deverá ser, na nossa perspectiva, orientada apenas para a promoção do aumento do número de praticantes. Terá de ser encarada numa óptica de equidade: “temas como co-educação, maiores oportunidades, incentivos e recursos financeiros para as práticas de actividades físicas de raparigas, norteiam as tomadas de posição e as acções que visam alterações na estrutura e organização da Educação Física e do desporto na escola, a fim de tornar aquelas práticas mais solidárias, inclusivas e equitativas” (Botelho-Gomes et al., 2000: 31).
“Tentar estabelecer a paridade num mundo social caracterizado pela desigualdade não é uma tarefa simples. Temos que reconhecer que no processo de «igualar», haverá pessoas que percebem as mudanças como perdas inevitáveis, se mais nenhuma outra razão houvesse, temeriam a mudança, porque temem a perda do status ou do poder que associam aos movimentos que conduzem à paridade” (Talbot, 1990: 101).
Roberts (1996) considera que o curriculum do seu país se adaptou às novas tendências, complementando os “velhos” jogos de equipa e promovendo facilidades para uma variedade de desportos adicionais tais como o badminton, o squash, a natação, e mesmo o golfe, de modo a que "seja praticado individualmente e jogado por grupos pequenos de gente nova (e de adultos) às vezes e por lugares da sua escolha sem nenhum compromisso com os clubes.
Nos últimos 20 anos, nas escolas da Grã-Bretanha, os professores têm usado cada vez mais tempo da aula de Educação Física para introduzir as alunas de idades baixas numa variedade larga de desportos e fizeram os possíveis para que elas prolongassem os seus jogos favoritos fora das aulas também. Simultaneamente, as autoridades locais abriram os centros “indoor” do multi-desporto que podiam ser usados durante todo o ano, para que os indivíduos pudessem realizar os seus jogos preferidos com os seus próprios amigos, de acordo com as suas preferências. As crianças e os jovens, dentro e fora da escola, poderão aderir aos desportos eleitos, nos lugares e nos grupos que expressam a sua individualidade. O desporto adaptou-se ao gosto dos mais novos. Os novos menus do desporto escolar contêm artigos que apelam aos rapazes e às raparigas em todas as faixas de idade. Ambos os sexos podem praticar os desportos que afirmam a sua independência (jogar o que se quer, quando se quer, com quem se quer).
Quem defende, inequivocamente, a presença do DE na escola (ou o desporto na escola), considera que ainda há muito por fazer e que os constrangimentos que têm afectado o desenvolvimento do programa do DE exigem um esforço acrescido. O programa do DE inserido no âmbito estrito das estruturas do Ministério da Educação, desenvolve-se num contexto carregado de limitações (Pina, 2002) e no interior da própria escola existem factores inibidores do desenvolvimento das actividades do DE (Menezes, 1999). Mas como diz Pina (2002: 27) “o que está em causa é a concepção de um quadro teórico de referência que possibilite a construção de um modelo organizacional, ajustado à realidade portuguesa, de forma a responder cabalmente às necessidades e expectativas das crianças e jovens em idade escolar”.
Ultrapassada a fase de indefinição de responsabilidade de enquadramento da prática desportiva na Escola que passou da DGD (hoje o IND) para as Direcções Gerais Pedagógicas, urge definir os contornos das parcerias e formas de cooperação com o movimento associativo, permitindo o alargamento da prática desportiva e garantindo as condições essenciais de realização do percurso de formação desportiva. “É tempo de assumir responsabilidades e de clarificar competências no respeito pelos objectivos e vocações específicas de cada um dos sub-sistemas directamente interessados no desenvolvimento deste processo” (ibid: 30). Há que estabelecer relações de confiança e de promover iniciativas conjuntas. Os dados fornecidos pelo próprio director do GCDE confirmam esse interesse recíproco: em 2002 “firmaram-se 31 protocolos de cooperação com Federações Desportivas, desenvolvendo-se parcerias em áreas como a formação de professores, organização de quadros competitivos conjuntos, produção de documentação de apoio a professores e alunos, bem como no apoio a organizações desportivas do Desporto Escolar (nacionais e internacionais) ” (Freitas, 2002).
Um aspecto central para a definição do tal “modelo de DE mais satisfatório” é a promoção da Actividade Interna como a grande bandeira de uma Escola Inclusiva, em oposição à Escola Exclusiva do passado. É o próprio director do GCDE que esclarece: pelo facto da opinião pública ter do DE um entendimento construído na lógica do desporto de competição, a primeira prioridade do DE é a Actividade Interna, apresentando-a como sendo uma resposta aos problemas da multiculturalidade, minorias étnicas, integração social, para além dos comportamentos desviantes provocados pela droga (Freitas, 2002).
Se no passado importava reafirmar que a questão central do desporto escolar não era desportiva, mas sim educativa (Carvalho, 1987), devido à controvérsia existente acerca do lugar que o desporto escolar devia ocupar nos dois sistemas (educativo e desportivo), agora urge, na nossa perspectiva, encontrar um modelo de prática que sirva as necessidades dos nossos alunos. “O Desporto na Escola ao ser consignado como um direito tem de ser acessível a todos os que o querem praticar. A todos e não apenas àqueles que em determinado momento têm um melhor rendimento desportivo, quase sempre os mesmos que, fora da escola, já têm possibilidades de prática desportiva” (Constantino, 1992: 74).
Concordamos com Constantino (1992) quando procurava esclarecer o equívoco de que a Escola, por si só, pode ser a base do Desporto Nacional e por ele ser comandado. Não podemos ter dúvidas de que o desporto deve ser um meio ao serviço do desenvolvimento dos jovens e não um meio ao serviço de certos desenvolvimentos desportivos. “Eis o que separa uma prática cuja razão de ser se encontra na própria criança ou jovem de uma outra em que a criança e o jovem são instrumentalizados” (Constantino, 1992: 76).
É à luz deste quadro de referências que recebemos com agrado todas as iniciativas que visam a promoção do desporto escolar. O Documento Orientador do Desenvolvimento do Desporto Escolar (Ministério da Educação, 2003) é uma delas. Enunciando um conjunto de medidas e metas com o alcance de uma década, este texto apresenta uma estratégia global do Desporto Escolar que se desenvolve num triângulo de relacionamento com as Federações Desportivas, as Autarquias e a Comunidade.
A cumplicidade do poder central é determinante para a criação dos pressupostos necessários para o desenvolvimento do Desporto Escolar. Se a eliminação dos obstáculos de natureza administrativa e financeira forem amplamente aplaudidos por todos os agentes envolvidos no desporto das escolas, não deixaremos de tentar perceber se estamos ou não perante um plano cujas finalidades se afastam do que se espera de um desporto verdadeiramente plural.

terça-feira, julho 6

Um desporto escolar plural (I).

O colega Gustavo decidiu olhar para o desporto escolar. Embora tenha assumido, desde logo, um relativo afastamento do quadro em que se desenvolve o desporto escolar, os seus apontamentos revelam uma enorme acuidade e sensibilidade para as questões que marcam a agenda das actividades desportivas escolares.
Foi este o meu pretexto para olhar mais longe, para abrir uma porta que se encontrava entreaberta. Os dois textos foram retirados de um estudo académico e por esse facto decidi manter as referências bibliográficas tal e qual elas se encontram no documento original. Então aqui vai o primeiro texto.
O DE não tem sido capaz de chegar à maioria dos jovens que frequentam as nossas escolas. Um estudo de Marivoet (2001) sobre os hábitos desportivos dos portugueses apresenta-nos um conjunto de elementos que nos interessa sublinhar. Embora as actividades do DE sejam as mais procuradas pelas crianças e jovens, quando confrontadas com a oferta desportiva fora da escola, apenas 35% dos pais inquiridos (com filhos até aos 15 anos de idade) afirmavam que os seus filhos desenvolviam uma actividade desportiva na escola (neste estudo, a prática na disciplina de EF não foi considerada porque é obrigatória). É pouco? De uma forma simplista, todos concordamos que seria desejável aumentar essa participação. Mas os dados deste estudo dizem-nos mais: 18% dos pais afirmam que os seus filhos desenvolvem uma actividade desportiva de lazer, onde apenas 9% estão integrados na competição federada. Os números revelam que o desporto extra-escolar não constitui uma alternativa ao desporto escolar, porque não tem essa obrigação, porque não será a sua vontade, e porque não será esse o seu desafio. Olhando com mais profundidade para estes dados, somos assaltados por uma questão: As actividades desportivas do DE devem ou não, entrar numa lógica concorrencial com outras actividades educativas? Consideramos que é mais importante respeitar a liberdade de escolha do aluno, num quadro alargado de actividades culturais promovidas por diferentes clubes escolares (incluindo os clubes desportivos), do que restringir essa oferta a uma só actividade extracurricular na escola, transmitindo a ideia aparente que o nosso DE é “a actividade da escola”.
Não há efectivamente uma actividade que possa ser considerada como “a melhor”. Todas as actividades de complemento curricular que visam o enriquecimento cultural e cívico, a educação artística e a inserção dos educandos na comunidade estão legitimadas pela lei (LBSE) e pela relevância social dos seus objectivos.
Subscrevemos a posição do Confederação do Desporto no que diz respeito à necessidade da complementaridade entre o sistema desportivo e o sistema educativo no processo de preparação desportiva da criança e jovem. Seria uma afirmação leviana responsabilizar o DE na pretensa incapacidade de promoção de hábitos desportivos nas crianças e jovens. Se atendermos aos dados do estudo, “evidenciam a importância da transmissão de valores de cultura físico-desportiva na instituição familiar na aquisição de hábitos desportivos nas gerações mais novas” (Marivoet, 2001:89). No entanto, sendo a escola uma das mais importantes instituições socializadoras da cultura físico-desportiva não pode ficar isenta de responsabilidades nesta matéria.
A participação dos jovens em actividades físicas e desportivas regulares é um elemento fundamental para a promoção de estilos de vida saudáveis e recomenda-se uma intervenção junto dos jovens no sentido de alterar os seus hábitos de vida que apontam para o sedentarismo (Sallis e Patrick, 1994). Esta intervenção ganha maior pertinência quando confrontamos os resultados de estudos que indiciam um declínio da actividade física com o aumento da idade (Sallis e Owen, 1998). O prolongamento da prática desportiva dos jovens fora da escola será para a escola e para os seus profissionais um desafio que não deverão rejeitar. O desporto escolar poderá ser uma das soluções para inverter esta tendência.
Roberts (1996) dá-nos conta de um estudo realizado na Inglaterra e País de Gales que provou que o desporto escolar é uma história recente de sucesso, se o sucesso for medido em termos do número de alunos que continuam “a praticar” após a sua saída da escola. “É sempre difícil atribuir a causalidade, é impossível prová-lo, mas há evidências que sugerem que as características dos curricula dos desportos das escolas e a oferta do desporto na comunidade onde se inserem os jovens são, provavelmente, as causas responsáveis por este sucesso” (Roberts, 1996: 105).

segunda-feira, julho 5

Um desporto plural.

Na ressaca do Euro 2004 há que procurar determinar os efeitos da competição no desenvolvimento desportivo nacional. Há que enfatizar o conceito de desporto plural de motivos, intenções, finalidades, condições e modelos.

domingo, julho 4

A nossa selecção.

Alguém invocará a sua matriz inclusiva para depreciar uma elite, no desporto, na educação, na economia, ou outra manifestação cultural?
"Vamos lá cambada, força nas canetas".

sábado, julho 3

Complementaridade entre o sistema desportivo e o sistema educativo.

Se existe alguma convergência nos discursos que imanam da instituição escolar e dos clubes desportivos, ela baseia-se no princípio da complementaridade entre os dois subsistemas. A problemática, nesta relação, não está tanto na aceitação de um compromisso entre as duas instituições (já que ambos reconhecem essa inevitabilidade), mas está centrada nas funções que cada uma deve assumir no processo de preparação desportiva da criança e do jovem.
A Confederação do Desporto de Portugal publica em Junho de 2001 um documento que se ocupa desta matéria, retratando o estado de uma relação que foi sempre conflituosa:
1) O alto rendimento exige alterações na participação do sistema escolar na política desportiva. O discurso que prevalece na escola é que à escola compete a formação desportiva de base. No entanto, no desporto federado há uma reacção simétrica, onde a captação massiva é um bom exemplo;
2) A função do desporto escolar, como introdutória à preparação desportiva, conduz a um duplo problema: O desperdício dos talentos e o desperdício das oportunidades. Estes obstáculos que impedem a contribuição da escola, na elitização desportiva, advêm da filosofia de educação anti-elitista. Sendo este desporto por natureza elitista, percebe-se que as duas posições constituam a base do conflito entre os dois subsistemas.

Sophia

Este é o tempo.
É a negação do caos (o medo, a cobardia, o silêncio, a mordaça, coniventes sem cadastro...) que Sophia denuncia no seu poema.

O desporto escolar está de parabéns!

Quais os efeitos dos resultados obtidos pela selecção portuguesa no Euro 2004 para o desporto escolar?
Sempre que o país se faz representar numa competição desportiva internacional (Jogos Olímpicos, Campeonatos da Europa e do Mundo) e as classificações alcançadas não correspondem às expectativas dos órgãos de comunicação social, os peritos do espectáculo desportivo dirigem os seus olhares para a escola, procurando encontrar as causas mais profundas do pretenso insucesso desportivo. O passado tem sido fértil em debates televisivos com painéis de especialistas em adeptos (é assim que muitos deles se auto designam), com um estatuto de “residentes”, que se entretêm a dissecar(?) o fenómeno desportivo. A posição destes adeptos é extremamente cómoda. Afinal, o que é que se pode esperar de uma adepto? Aquilo que o próprio conceito encerra: que seja um admirador, um apaixonado, que simpatize com a coisa desportiva. A substância da sua opinião no quadro em que ela se desenvolve poderá conduzir, facilmente, à irracionalidade. Ora, sendo certo que o clima em que decorrem as conversas acerca do futebol garante a audiência, ele poderá não conduzir à sapiência. Como o critério formativo não tem sido adoptado pela comunicação social nas discussões sobre o desporto, o esclarecimento terá de ser procurado noutros locais.
Mas, voltando à questão inicial, será que após o Euro 2004 se falará do desporto escolar?
Sim, se se considerar o desporto escolar como um dos pilares do modelo de desenvolvimento desportivo nacional. Nesta perspectiva, seria legitimo que o desporto escolar agregasse créditos pelos sucessos e descrédito pelos insucessos do desporto nacional. No momento em que a selecção nacional de futebol está na elite do futebol mundial, será que não existem motivos para enaltecer o trabalho que se realiza nas escolas portuguesas?
Não, se se considerar que à escola não compete a formação desportiva de base ou concorrendo para essa formação desportiva não a realiza convenientemente e que por essa razão não tem qualquer responsabilidade nos resultados desportivos nacionais.
Este olhar espontâneo não representa a complexidade da relação entre os resultados desportivos e os modelos de prática que lhes subjazem. Esta questão requer uma análise mais profunda e alargada porque o nosso modelo de prática do desporto escolar encerra um conjunto de equívocos e paradoxos.
Mas é um olhar que serve para provocarmos os comentadores desportivos, exigindo que sejam congruentes nas análises.

sexta-feira, julho 2

O futebol entre o sagrado e o profano

Uma série de entrevistas de rua apresentadas por um canal televisivo privado dava conta de um conjunto de reacções à notícia da fuga do primeiro-ministro. Sem excepção, os entrevistados mostravam a sua indiferença pelo acontecimento, preferindo opinar sobre o Euro 2004. Nada de surpreendente. Não me proponho explicar as razões do divórcio entre eleitos e eleitores. Muito menos quero aclarar o fenómeno da sacralização do desporto de rendimento e, em particular, do futebol. O que me parece interessante destacar deste episódio é que ele configura uma face da relação promíscua futebol e política. Constatando o alheamento dos cidadãos à causa política, o futebol serve de interface subliminar das mensagens que se vão produzindo nos gabinetes do marketing político. Desde o Estado Novo que a instrumentalização do futebol tem ocupado as primeiras páginas da cartilha dos candidatos a cargos dirigentes.
O futuro primeiro-ministro(?) e ex-candidato a presidente da república sabe, como poucos, escorar-se no futebol.

terça-feira, junho 29

Mudança de ares

Acabo de me instalar e já me preparo para sair por alguns dias. É o que eu designo por uma breve mudança de ares. Acompanharei as convulsões sociais suscitadas pela fuga do primeiro-ministro e o pelo acesso à final da Luz.
Até lá, uma boa semana para todos.

segunda-feira, junho 28

O império do efémero.

O espectáculo tomou conta do nosso quotidiano. Agregado aos órgãos de comunicação social, o espectáculo aparece disfarçado de desporto, política, religião, informação, formação, etc. É incontornável a incursão mediática sobre as mais diversas manifestações humanas e não adianta carpir mágoas suspirando por um tempo que já lá vai. É a lógica imediatista, consumista e vertiginosa que ordena o quadro valorativo deste tempo. As reacções não tardam e ouvem-se os clichés: o país só pensa no futebol, os políticos são um logro, os jornalistas são caixas de ressonância deste ou daquele partido político, etc. Há uma tendência para reduzir os fenómenos sociais à sua dimensão mediática. Ao império do efémero poucos escapam e as maiores vitimas são os mais novos e os adultos acríticos. O país anda entretido com o futebol como anda distraído com a manigância política. As pessoas acompanham o desfecho do processo que envolve o primeiro-ministro como quem espera pelo final da novela das sete.
Como a ficção já tomou conta da realidade, nada nos poderá surpreender.

Apoio às Vitimas da Tortura

Não é possível passar ao lado desta campanha.
Barbárie não!!

domingo, junho 27

A melhor equipa

A CNN decidiu realizar uma sondagem para determinar a melhor equipa do Euro 2004. O Nelson não perdeu a sua oportunidade para nos abrir caminho à votação. Como já esqueci a prestação da equipa com a Grécia, não tenho dúvidas que somos a melhor equipa do torneio... até 4ª feira.

Arrumos

Enquanto arrumava este novo assento, lastimavelmente, perdi os comentários dos colegas que quiseram congratular-se com esta lufada de ar fresco. Fui vitima de uma aragem descontrolada.
Fica aqui o meu agradecimento pelas palavras afáveis que recebi.

Indiferença ou falácia?

É um chavão dizer que cada um escreve para si. Obviamente que o si está em primeiro lugar. A questão muda de figura quando o dito encerra uma espécie de autismo encoberto por um anonimato “arrojado” que se projecta num eu que nunca fui capaz de ser.
A ser verdade esta indiferença, este desprezo por quem está do outro lado, não se percebe porque se escolheu esta enorme montra, com a dimensão da blogosfera, para depositar aquilo que um computador sem ligação à net seria capaz de fazer?

sábado, junho 26

Crescimento

A blogosfera tem este encanto. É uma rede de cumplicidades, um teatro sem barreiras entre o palco e a plateia, onde os actores se confundem com os espectadores, onde todos têm o seu papel principal. Na blogosfera como na vida. Até porque a blogosfera é também vida. Ninguém fica indiferente às palavras que tocam, que emergem das cumplicidades que se vão ampliando com o tempo. Eu, como todos vós, gosto muito de aqui estar e não será fácil afrouxar o entusiasmo por muitos constrangimentos que apareçam e que nos impeçam de assumir um papel mais activo e dinâmico. As palavras de incentivo que se vão deixando aqui, as palavras que se trocam nos diversos contextos em que actuamos, consolidam esta ideia de partilha.
Com mais ou menos entradas e visitas é por aqui que queremos ficar!

Aragem

É uma brisa que corre pelas coisas e pelo mundo. Pequenos reparos, ideias soltas, trivialidades ou pequenos nadas.
O outro olhar continuará a tratar da escola situada, da escola vivida.