terça-feira, janeiro 31

Esta frase devia dar que pensar..

que me desculpem os que defendem a ocupação dos feríados dos alunos com outras actividades.

De todas as escolas que frequentei, a da rua, foi a que me pareceu melhor
Anatole France


talvez lhe desse um retoque...talvez:

De todas as escolas que frequentei, a melhor foi a que me permitiu viver com os meus colegas experiências e espaços...partilhando saberes com os profes

domingo, janeiro 29

(Cantinho do adepto)

Tinha programado uma entrada centrada no futebol…
Oh voou a vontade.

sábado, janeiro 28

Do erro, do medo e das “grulhas”...

A (priemira) primeira batalha que tenho de vencer nas aulas é o medo que os alunos t~em (têm) de errar. O medo de ver na nossa expressão franzida o desprazer por uma resposta menso (menos) adequada, mal formulada ou muito ao lado do alvo. (O que eu tenho treinado a minha expressão para não alterar nem uma ruga ao ouvir 2X2 igual a.... a 15 professora? Aprendi com Holt ). O receio do riso ou sorriso de um colega (também os treino a eles para não produzirem essa crueldade – e eles coitaditos aprendem !), de uma reprimenda tipo se estudasses e trabalhasses mais, não tinhas dado essa resposta. Medo que tolhe, que conduz à indiferença – se não prestar atenção pode ser que nem reparem em mim e nem me perguntem nada. Que conduz Às (às) chamadas estratégias de evitamento. É talvez das batalhas mais difíceis e, por vezes, dura mais do que um ano para certos mi+udos (miúdos).
O erro... a gralha... pergunto-mne (pergunto-me)... Será que foi a escola que me condicionou a procurar a perfeição e, talvez por isso, a gastar tanto tempo na correcção dos meus textos, na procura do melhor som, da melhor faoram (forma) de dizer as coisas? talvez (Talvez) sim, ou, quem sabe, esteja inscrita no ADN esta pouca vontade de errar à vista de todos.
Assim, hoje, resolvi escrever de umsó (um só) sopro o que me apetecia dizer, com gralhas pelo meio e tudo. Não porque tenha recuado na convicção de que devemos ser cuidadosos com alíngua (a língua) e com a apresentação dos trabalhos, mas porque distingo claramente erro, de um atropelamento dos dedos a correr pelas teclas na esperança vã de poupar tempo, vulgo gralha.
Voltando ao erro. É com ele que surgem as primeiras aprendizagens. A vida não é mais que isso: ensaio de tentativa e erro e assim sucessivamente. É bom procurar aproximações À veradde (à verdade), mas elas não devem limitar-nos, condicionar-nos, amarrar-nos a um medo do que os outros possam pensar. devemos (Devemos) ser livres para errar e corrigir, aprender diariamente com os nossos esrros (erros). Lição importante que ainda ando a ver se prendo (aprendo). Mas que exijo aos meus alunos que dominem na perfeição (incongruências?).

Confesso que não levei aminha (a minha) ousadia tão longe quanto desejaria... voltei atrás para corrigir os atropelamentos da pressa. Mas, notem bem, fiz um avanço na minha aprendizagem: deixei ficar os delizes (deslizes) originais À (à) vista de toda agente (a gente) e pode perceber-se que sou tal e qual como toda agente (a gente... oh diabos, outra vez?) é. A culpa é da Aragem fresca deste espaço que convida À (à) libertação.

Uma vez, no jornal Público, encontrei esta frase: pedimos desculpa pela grulha dada na edição anterior referente a...

(Ter-se-ão dado ao trabalho de no dia seguinte escrever: na edição anterior, onde se lê grulha deverá ler-se “gralha”? Duvido. O bom senso deve etr (ter) prevalecido.)

M.S., tens razão (li-te algures por aí, a propósito disto tudo). Um (Uma) ideia pode valer ouro. Entre t~e-la (tê-la) e partilhá-la com forma menos perfeita, ou t~e-la (tê-la) e guardá-la s´para (só para) si, eu voto em poder ficar a conhec~e-la (conhecê-la). E, quando já nos unem laços de confiança e o medo se foi, corrijo pacientemente nos alunos as imperfeições da linguagem, os erros todinhos, trazendo-os gradualmente paar (para) o universo da clareza e do entendimento. porque (Porque), apesar de tudo, é preciso que se entenda o que queremos dizer.


Sera´(Será) que consegui fazer-me entender?


http://office.microsoft.com/clipart/


Perdoem-me tantos metros de palavras... para dizer algo tão simples e tão evidente, que toda agente (a gente... ai!) sabe... Prometo não repetir e passar a ser comedida. Foi só hoje...

Correcção final: onde se lê tudo o que se escrevi atrás, deverá ler-se apenas:
o erro é uma coisa boa e pronto.
(A falta de espírito de síntese era outra coisa de que os professores se queixavam em relação a mim... acho que, com esta última correcção, ficariam bastante satisfeitos!)

terça-feira, janeiro 24

Tempo de Teia

Devido a uma ausência forçada da blogosfera, não me foi possível anunciar a nova residente do Aragem antes da sua primeira aparição. Faço-o agora, ainda em tempo útil, anexando uma saudação amiga: Bem-vinda, Teresa!
Fomos apanhados pela sua Teia urdida por via da palavra escrita. Afinal, por cada fio que se tece um novo fio desponta... É muito bom sentirmos o sopro de uma aragem do sul!

Ortega & Gasset

Se ensinares, ensina ao mesmo tempo a duvidar daquilo que estás a ensinar...

...adivinho grandes dificuldades para alguns colegas que pensam ser donos da verdade suprema..

Silêncio que diz

Há algo nas palavras que merece reflexão. Habituámo-nos ao som delas, ao barulho que às vezes fazem, não tornando consciente que muitas há que nos entram pela alma sem passar pelos ouvidos. Frequentemente as que mais nos dizem, porque as escolhemos.
Chegam até nós usando os mais variados meios de transporte. E somos nós que as procuramos (ao contrário de muitas outras).
Até há tempo, apreciava apenas as que os livros me traziam. E pouco mais.
Desde que o mundo me entrou pela casa através da Internet, percebi que há mais silêncios que dizem o que preciso ou não preciso saber, para além dos que recolho tocando fisicamente o papel a cheirar a tinta. Há mais silêncios que me enriquecem.
Acho que foi assim que cheguei até aqui.
Abriram a porta e convidaram-me a entrar. Eu agradeci e disse sim.

Tudo sem som nas palavras. Como a aragem deve ser: um vento suave.

Este silêncio que diz, que fala sem se ouvir, é assim como um ninho onde nos recolhemos, para descansar, para despertar, para oferecer, ou só para estar encostado ao mundo.
Um tempo de encontrar outros olhos, de ver através deles.
Um tempo de tornar nossas as memórias que não nos pertencem.


E eu, que tanto gosto de ninhos, e tão pouco de viajar fisicamente, já tenho vários onde o vou escutar. Vários onde o vou dizer. (Onde o vou tecer?)
E nem preciso de sair do meu.


Any sufficiently advanced technology is indistinguishable from magic.

Arthur C. Clark, The Lost Worlds of 2001

segunda-feira, janeiro 23

Em jeito de adenda

A autocracia não escolhe idade, disse o Miguel na entrada anterior (e concordo). Mas a rebeldia contra a autocracia também não escolhe idade. Grandes exemplos disso tivemos de muitos adultos, pequenos exemplos quotidianos vamos tendo, felizmente, e é esperançoso verificarmos nas aulas que muitos dos nossos adolescentes, não apenas porque rebeldia é própria dessa idade, mas porque distinguem o poder legítimo do ilegítimo, não aceitam este e não prescindem de pelo menos o discutir e argumentar.
Por coincidência, contei ontem uma estória da minha infância em comentário a propósito deste post da Tit, relato que transcrevo (não porque atribua mérito à minha rebeldia contra qualquer forma de autocracia, ela começou na infância, pelo que só pode ser genética!):
Do meu 1º dia de escola não me lembro, mas desse tempo o que vejo como se estivesse a ver agora foi quando a professora me deu uma bofetada (e eu era boa aluna, aconteceu não estar a aprender já não sei o quê). Voltei para o lugar, arrumei rapidamente os cadernos e saí porta fora, com a classe a olhar aterrada e a professora quase sem voz para me fazer parar. Foi um escândalo, mas o meu pai não me disse nada, e o que disse à professora não sei.
Como diz o Miguel, é a aceitação tácita dos vários poderes que permite a mudança e o progresso da relação educativa - é do reconhecimento do OUTRO que se trata. E o Outro são todos, as crianças também. Creio que, afinal, se trata do reconhecimento do respeito pelos outros e acrescento mesmo que me é bem mais fácil respeitar todas as crianças do que respeitar alguns adultos. (Rousseauniana? Ora, não me importo de um daqueles eventuais sorrisos amigáveis mas trocistas do Miguel, pois em parte sou-o mesmo)

domingo, janeiro 22

Poderes

No blogue Os(In)docentes encontrei um texto interessante do Rui, que nos convida a pensar a relação pedagógica através de uma perspectiva micro-política.
Governantes, pais, professores, alunos, crianças, graúdos ou pequenotes, a autocracia não escolhe idade ou função. As relações pessoais não são neutras. São subjugadas por inúmeras linhas de força, poderes mais ou menos camuflados. Sendo o poder um conceito plural, o não acordo prévio do quadro de referência onde se joga o poder poderá inviabilizar o resultado. Ora, um professor avisado sabe que o poder é sempre limitado e que nenhum poder deve anular o poder do outro. É a aceitação tácita dos vários poderes que permite a mudança e o progresso da relação educativa. É afinal, do reconhecimento do OUTRO que se trata.

sábado, janeiro 21

sugestão de leitura (ainda que atrasada)

para um pai, manter o quarto limpo é auma coisa que as pessoas devem fazer porque é a coisa certa a fazer (...); para o adolescente a forma como uma pessoa manté o seu quarto é uma escolha pessoal. Quando os indivíduos definem os assuntos emtermos tão diferentes, as diferenças de opinião não são reconciliáveis. Mais importante, os sentimentos experienciados (...) depois destas discussões podem diferir. Definindo estes conflitos como discussões morais, os pais vêem-nos como refeições dos valores básicos que tentaram instilar nos adolescentes (...) [que], em contraste, lhe atribuem claramente menos significado. É por isso que são os pais, e não os adolescentes, que saem perturbados e continuam perturbados.
Steinber, 2001, In Psicologia da Educação

segunda-feira, janeiro 16

Mestres e discípulos

Durante algum tempo ficara apreensivo. Era uma afronta e uma ingratidão as pequenas desavenças. Por breves momentos, a irreverência era o sinal que eu teimava em não querer perceber. A rejeição não fora comemorada efusivamente!
Hoje, só a distância me permite ver que a perda pode ser uma oportunidade!

"[…] O Mestre aprende com o discípulo e é modificado por esta inter-relação através de algo que, idealmente, se converte num processo de troca. O acto de dar torna-se recíproco, como nos meandros do amor. No dizer de Paul Celan: «Sou mais eu quando sou tu.» Os Mestres repudiam os discípulos, considerando-os indignos ou desleais. O discípulo, por sua vez, sente que ultrapassou o Mestre e que deve rejeitá-Io de modo a assumir a sua própria identidade (Wittgenstein ordenar-lhe-á que o faça). Esta vitória sobre o Mestre, com os seus componentes psicanalíticos de rebelião edipiana, pode provocar sofrimento traumático, como acontece no adeus a Virgílio no Purgatorio, de Dante, ou em The Master of Go, de Kawabata. Ou pode constituir uma fonte de satisfação vingativa, tanto na ficção - Wagner triunfa sobre Fausto - como na realidade - Heidegger leva a melhor sobre Husserl, humilhando-o." (Steiner, G., 2003, p. 15)*

* George Steiner “As lições dos Mestres”. Ed. Gradiva.

sábado, janeiro 14

Bom fim de semana...

... sem trovoadas, só com aragens ou brisas leves! E... se lhes acontecer como a mim, que estou passando o sábado a trabalhar, passem ao menos o domingo devagarinho!

Ah, o passado,
O tempo onde se acumularam
os dias lentos
.
(haiku de Busson)

segunda-feira, janeiro 9

(Des)encontros

Estes espaços são sempre curtos para explanarmos os nossos pontos de vista. O tempo é exíguo para todos nós e nem sempre é possível aclararmos afirmações e provocações. Há medida que corremos ao lado do tempo na blogosfera queremos crer que somos dispensados da clarificação das nossas ideias e opiniões. Porém, num fórum aberto como este, e enquanto não abarcarmos o histórico de cada um, teremos de confrontar o outro com as suas incongruências e revelando ao outro as nossas insipiências. A esperança é que, num futuro muito próximo, abreviaremos os nossos comentários ao ponto de utilizarmos apenas os “smileys”. Que grande utopia…

Sem trovoada... só uma aragem

Andei a instalar ar condicionado no meu cérebro e também lhe espetei um pára-raios. Mas como ainda não tive tempo de experimentar se este está a funcionar bem e vejo ali à direita o meu canto sob trovoada, à cautela detenho-me aqui.
Estou é com um problema nas minhas novas medidas sobre prioridades. Deito-me mais cedo porque será mais saudável tornar-me animal menos nocturno. Mas, como percorro as livrarias com desconfiança, evitando riscos de desbaratar euros (nem que opte por livro não lido dos meus autores favoritos de outrora), o resultado é que a boa escolha me faz deitar, pegar no livro e não despegar, evitando olhar o relógio e acabando por apanhar um susto quando olho mesmo. Uma vergonha e um mau exemplo para quem ralha com jovens por não terem a autodisciplina de despegar em tempo certo do pc ou da tv. Estou a pôr a hipótese de comprar um livro de um dos pedagogos em voga na praça pública, queridíssimos da minha amiga Milu, ou do doutorado em matéria de adolescentes, agora já doutorado também em matéria de professores, mais querido ainda dessa minha amiga. Não tenho dúvidas de que despegarei rapidamente para me dispor a dormir a horas, mas assaltou-me um súbito receio: e se logo a primeira página me faz uma daquelas insónias bem mais terríveis do que, por gosto, dormir pouco ou levantar a horas indecentes quando posso?

P.S. Miguel, juro que não quero emitir raios aqui, só levezas ou brincadeiras, mas os boletins meteorológicos do país devem ter levado o meu pára-raios a funcionar ao contrário e lá se desviou no fim a história do meu problema "literário"!

sábado, janeiro 7

Demagogos…longe deles!

Fernando Savater(1) escreveu para o seu filho: “Se eu tivesse quinze anos (…) desconfiaria de todos os mais velhos demasiado ‘simpáticos’, de todos os que parecessem querer ser mais novos do que eu e por sistema me dessem razão. Estás a ver, os que estão sempre a dizer que ‘os jovens são porreiros’, ‘sinto-me tão novo como vocês’, e outras prendas do mesmo estilo? Olho neles! Com tanta graxa, alguma coisa devem ter na ideia. Um pai ou um professor com deve ser têm que pesar um bocado, ou então não servem para nada. Para novo, bastas tu”.

(1) Savater, F. (1991). Ética para um jovem, Editorial Presença.

quarta-feira, janeiro 4

...


Há sempre um tempo para falar e um tempo para escutar!

Optimismo? Pessimismo?


(...)
Toujours oui c'est recommencer
Mais c'est toujours la même histoire.

(...)
Alex Abouladzé (Excerto de La même histoire)

Metáforas... ;-)

segunda-feira, janeiro 2

Por que estão os portugueses tão pessimistas?

Porque já perceberam que as ideias de Filomena Mónica e Pacheco Pereira são hegemónicas.