domingo, outubro 31

Algo de sinistro…

No jogo de futebol realizado esta quarta feira em Guimarães entre o clube local e o Porto houve uma ocorrência numa fase do jogo que obrigou o Costinha (para os desinteressados pela coisa futebolística é um jogador do Porto) a sair compulsivamente. Um choque com um adversário deixou o jogador inanimado no relvado. A cena foi observada pela plateia das bancadas do estádio e dos sofás em casa dos telespectadores. Naquele instante, creio ter perpassado pela mente de todos a imagem ainda muito recente do Miklós Fehér a sucumbir de uma forma brutal. Estes dois casos de grande intensidade trágica, incomparáveis nas causas que lhes subjazem, potenciam no fenómeno futebolístico televisionado a dimensão dramática do desporto.

Não haverá algo de satírico sempre que o funesto acontece?
Observem a(s) vida(s) rotineira(s) que vai(ão) preenchendo o tempo do comum dos mortais.
Reparem neste quadro em que a vulgaridade das sensações e emoções que ocorrem no quotidiano não consola o insaciável homem pós-moderno.
Estabeleçam analogias com a infindável busca do excesso.

Deslumbramento...


quarta-feira, outubro 27

Ambição…

Desde que adquiri um nova máquina ainda não consegui desfrutar o seu potencial. O ficar aquém é uma atitude que não me agrada. Nunca gostei da sensação incontornável de não ser capaz de dar o passo seguinte. Não só com as máquinas mas, fundamentalmente, com as pessoas e com a vida. O receio do passo em frente significar a queda no abismo remete-nos para a mediocridade das relações e da exiguidade no esforço de chegarmos mais além. Não creio que terá sido esse desígnio para que fomos votados.

domingo, outubro 24

Voaram...

... estes sete anos. Foi um longo dia que valeu uma vida. A mãe e a filha estão de parabéns. Agora… deixem-me lá regressar à festança.

sexta-feira, outubro 22

Está iminente uma nova aragem.

Há dias em que me sinto assim. É como se estivesse suspenso a sobrevoar os problemas terrenos. É como se exigisse vê-los de longe para melhor os avaliar.
As notícias intoleráveis chegam aos molhos.

Saio em defesa da minha sanidade!

quinta-feira, outubro 21

Não seria de esperar outra coisa: Máquina nova, havia que lhe puxar o lustro, instalar os acessórios que lhe dão um toque pessoal, criar o tal ambiente de trabalho acolhedor. Com esta azáfama toda acabei por me deixar isolar, de passar ao lado dos portos de abrigo, de navegar ao largo.
Recuperarei este atraso assim que sopre uma aragem, logo que lance um outro olhar.

segunda-feira, outubro 18

roubadinho...

LR dizia no Blasfémias que "O Porto ganhou!!! E roubadinho que fosse, ainda sabe melhor... "
Suponho que LR diria o mesmo se se referisse aos impostos, à análise política, à sua conta do supermercado... Ou não?

(Des)apontamento

Não fiquei indiferente ao resultado final do jogo de futebol entre duas das melhores equipas da Liga principal. Não irei discorrer sobre as questões técnicas do encontro porque este espaço dispensa este tipo de análise. Referir-me-ei às questões que mexem com os entusiastas, com os adeptos básicos, com os especialistas da bancada ou do sofá. Para aqueles que se sentiram vencedores o jogo correu muito bem porque os "seus" atletas foram mais dotados que os adversários, que o maior problema foi a organização do evento e a ausência de condições de segurança, principalmente, para os visitantes. Para nós, os vencidos, os olhares fixaram-se na actuação parcial da equipa de arbitragem, carpiram-se mágoas pela ausência de sorte, agitou-se a bandeira do (ainda) líder do campeonato. É este o enquadramento clássico de um espectáculo futebolístico. É mais do mesmo. É disto que o povo gosta, como diria o comentador de rádio.
Como previra, o final do encontro foi agitado. Apareceu um boçal e um instigador armado em estratega, cada um lado do seu lado da barricada, procuraram agitar as massas acéfalas. É a contagem de espingardas.
No entanto, é nesta fase que o futebol deixa de ser admirável.

domingo, outubro 17

Outras aragens...

Esta auto-estrada está a ser construída e vai fazer a ligação Paris-Barcelona.

(Recebidas por e-mail)
Vejam as fotos de um dos seus viadutos. Um dos pilares vai ter mais de 200 metros de altura... se tiverem vertigens, um conselho: Viajem pela estrada antiga.

quinta-feira, outubro 14

Uma paleta anatómica.

Ontem, no final do jogo, ocorreu-me a declaração de um ex-presidente do glorioso que vaticinava, na anatomia da equipa nacional, uma coluna vertebral vermelha e branca.
É muito fina a linha temporal que separa o quixotesco do vulgar.

quarta-feira, outubro 13

A blogosfera...

... também pode ser terapêutica. Aconteceu no blogamemucho.
É apenas um dos seus vastíssimos sentidos!

domingo, outubro 10

Sala de professores

Um novo espaço de discussão. Entre na sala de professores.

Não há machado que corte...

O mediatismo dos acontecimentos políticos e sociais afecta, irremediavelmente, o nosso quotidiano. Uns serão mais susceptíveis do que outros aos efeitos do facto do dia. Hoje, talvez mais do que ontem, os nossos olhares incidem em situações que vislumbram relações de poder.
A paranóia persecutória não se pode apoderar dos que têm a missão de abrir caminho à liberdade de expressão do pensamento.

quarta-feira, outubro 6

Saiu o tiro pela culatra?

Raramente sintonizo a TVI. Da sua programação destaco dois dos seus programas por razões bem diversas: Os jogos de futebol do glorioso que ocupam aquele espaço dedicado à emoção e à paixão dispensando qualquer acrescento de razão; E o jornal da TVI quando é coadjuvado pelo professor Marcelo. Sobre o meu primeiro destaque não tecerei qualquer comentário porque sem esta coisa do desporto a vida não nos chega, não nos satisfaz. Contudo, a vida “séria” tal e qual ela nos é apresentada pela informação diária sofre tantas distorções quantos os olhares que sobre ela são perspectivados. Isto é, os acontecimentos não nos chegam no seu estado “puro”. Vão sendo decompostos, reconstruídos, filtrados. Os Marcelos da nossa televisão ampliam a representação da vida. Não sei se a diluição das fronteiras entre a informação e o espectáculo não terá impulsionado um novo paradigma jornalístico? É, porventura, um assunto que suscitará novos olhares.
Voltando à programação da TVI e ao jornal de domingo. Habituei-me a ouvir o professor Marcelo e sempre achei graça ao seu estilo douto e ligeiro. Aprecio a agilidade com que aborda os assuntos e a acutilância dos comentários mais do que a substância das suas opiniões. Pela minha parte, os dirigentes do seu partido escusavam de ter provocado a saída do professor do mediatismo televisivo quando ele virou o bico ao prego.
Será desta que o feitiço se virará contra o feiticeiro?

segunda-feira, outubro 4

Uma aragem existencial...

O que fazer de um blog que nasceu para pequenos reparos e que, aqui e ali, se vai refugiando em textos que sugerem um olhar mais profundo, que sempre procurou tratar os assuntos pela rama e desespera pelas questões mais complexas, que quer funcionar como uma válvula de escape para as rotinas diárias e evita tratar os assuntos do dia-a-dia?

sexta-feira, outubro 1

O vernáculo revisitado.

Um texto para ler aqui.
Sorria!

O tempo livre é um desafio.

O Gustavo faz um apelo à partilha da informação resultante da palestra de Augusto Santos Silva (ASS) “A escola perante o desafio do tempo livre” referida na entrada anterior. De forma sucinta, destaco duas ideias chave: ASS desmistifica a ideia de que a sociedade evolui tendencialmente para um acréscimo do tempo livre; ASS considera inevitável que a escola incorpore o tempo livre (tempo de não trabalho) do aluno no currículo escolar.
Se a primeira ideia não mereceu qualquer contestação, já a segunda ideia foi alvo de uma série de reparos que foram aproveitados por ASS para clarificar que o tempo livre não deve ser tratado num espaço disciplinar. É a escola, no âmbito do seu projecto educativo, que deve encontrar as oportunidades para enquadrar esta temática.
Concordo com ASS e aproveito para sugerir um caminho. Enquanto que a dimensão curricular da escola cumpre os desígnios do princípio pedagógico da heterodeterminação consubstanciado na obrigatoriedade, universalidade e homogeneidade das diversas áreas disciplinares, o princípio pedagógico da autodeterminação concretizado na liberdade individual, diferenciação e heterogeneidade das actividades extralectivas encontra nos clubes escolares um espaço pedagógico privilegiado para proporcionar aos alunos a satisfação das suas exigências de realização pessoal de acordo com as particularidades vocacionais.
Houvesse vontade política e as escolas saberiam como responder ao desafio do tempo livre.