sexta-feira, setembro 28

A caminho da mudança

Antes de me despedir deste meu papel de animadora e porque, por razões de saúde, terei de me forçar a mim mesma a nova distribuição do meu tempo e afastar-me ainda mais do blogues mais pessoais, venho cumprir aquilo a que me propusera: lançar o debate sobre avaliação de aprendizagens e o papel das tecnologias. O esmorecimento da recente discussão sobre o primeiro destes temas é prova acabada, não só do meu pouco jeito ;-), mas também de que os temas não são os mais quentes, não, pelo menos, quando já todos parecemos viver com o drama das grelhas.
Seja como for, porque considero que não se pode continuar a ensinar da mesma maneira, porque também me preocupo com a forma como serão recolhidas evidências dos parâmetros constantes das grelhas, como tenho tentado ter algum papel na formação e na facilitação da adopção de novas práticas e porque ingenuamente me espanto com o pó que alguns equipamentos parecem ganhar e com a falta de manutenção de alguns espaços, deixo aqui um "videozinho" que, penso que por si só, trará algumas interrogações sobre como poderão de facto as tecnologias mudar os paradigmas educativos e se, também, é assim que contribuiremos para a qualidade e sucesso educativos.

- Miguel, está à vontade para agendares este post para outra altura, dando a palavra ao JMA. Companheiros, obrigada!


10 comentários:

Miguel Pinto disse...

A questão central da educação é saber o que fazer, e como fazer, para impregnar o sujeito de cultura. O que deve ser acrescentado ao individuo para o transformar numa pessoa? Qualquer mudança, de rotinas e de instrumentos educativos, é meramente instrumental e secundária e deve ser equacionada só depois de sabermos para onde devemos caminhar.

PS: Sugiro, então, ao JMatias que retenha mais algum tempo a sua entrada.

JMA disse...

Só depois de publicar a entrada, vi a sugestão. Estarás à vontade paar a retirar. Penso, contudo (era pelo menos essa ideia) que o repto que lancei engloba e integra esta questão... Mas decidirás.

Miguel Pinto disse...

É um bom contributo, JMatias. Não encontro motivos para retirar a tua entrada.

José Azevedo disse...

Parabéns ao grupo por este blogue estimulante. Já está no Reader...

Este vídeo é formidável. Tenho para a semana uma formação sobre o Moodle, e vou comecá-la projectando este vídeo. Não vou repetir o que escrevi no meu blogue, mas apenas salientar o que já está escrito aqui: o problema, sendo de metodologias, é um problema de pessoas. São as pessoas que fazem a diferença: é a empatia dos professores que marca os estudantes, é a dedicação dos professores que os motiva.
Há algumas coisas que a tecnologia possibilita, ou facilita, como a interactividade sem a presença física. Mas uma aula chata é uma aula chata, presencialmente ou em videoconferência. E eu prefiro um bom livro a um mau professor.

Teresa Martinho Marques disse...

Teresinha! Obrigada nós! O facto de os temas esmorecerem não tem a ver com os próprios ou os animadores, mas com as circunstâncias de vida... Não é um ano fácil para ninguém e por vezes torna-se impossível um contributo mais efectivo (mesmo quando vamos conseguindo ler e acompanhar a discussão). pelo mesno é o meu caso este ano e os confrades compreendem, claro.
O vídeo é excelente e este tema é um tema que me é muito caro. (Ainda não vi... mas se não colocaste o vídeo na Escola 2.0, seria uma excelente ideia... ai tantas comunidades a que nós pertencemos! Não há-de o tempo fugir...)
Pois a resposta é sempre a mesma para mim: metodologia, metodologia, metodologia... o resto serve a dita. Embora exista software que, pelas suas características (aquele que vou usar na tese é um deles e já o divulguei na teia) pode induzir a mudança de paradigma... MAS, (bolas, afinal volto atrás), APENAS se o prof conseguir não dar cabo dele usando-o "hirta e firmemente" como ferramenta de instrução pura sem explorar o seu potencial criativo e indutor do desenvolvimento de competências de nível superior. Assim sendo, tal como o J Azevedo diz, e bem, as pessoas estão sempre no cerne da questão e as metodologias, definitivamente, dependem delas... Há anos que sinto que essa é das verdades mais verdadeiras (eu que sou uma pessoa de dúvidas) Tecnologia só serve então se... a mudança lhe preexistir.

Anónimo disse...

O vídeo é mesmo óptimo - é muito simples, mas diz tudo.

Só um pequeno reparo (um perciosismo meu). É pena o dois... vezes é feminino... uma vez, duas vezes - duas vezes três significa 3 + 3, é três duas vezes, não dois vezes.
(Ai, desculpem, desculpem, eu sei que quase toda a gente diz dois vezes três, etc., mas a matemática não contraria o português, e o português pode ajudar muito os alunos a perceberem a matemática (e vice-versa)

Teresa Pombo Pereira disse...

Olá Isabel, este ano eu e a colega de Matemática vamos trabalhar juntas na descodificação de enunciados :) Penso que se trata de uma "questãozinha brasileira" neste caso.

Anónimo disse...

No último discurso do filme "O Ditador", podemos ouvir Charles Chaplin dizer:

"(...) Criamos a época da velocidade, mas nos sentimos enclausurados dentro dela. A máquina, que produz abundância, tem-nos deixado em penúria. (...) Mais do que de máquinas, precisamos de humanidade. Mais do que de inteligência, precisamos de afeição e doçura. Sem essas virtudes, a vida será de violência e tudo será perdido."

E isto já foi dito há uns anitos, não é verdade?

Fantasia Musical disse...

Peço desculpa pela gafe: o filme de Charles Chaplin é "O Grande Ditador" :-)

«« disse...

adorei, além do reparo da IC, fazia outro ao transferir o filme para a realidade portuguesa, com a fartura ds computadores e com a fartura de formas de espartilhar o professor.....por muita tecnologia que a escola tenha se não se motivar professores, enfim...nunca foi tão úitil o saber de Manuel Ferreira Patricio...