sexta-feira, setembro 21

da minha ordem.... (desculpem o lençol)

PONTO DA SITUAÇÂO...
Não das vossas opiniões mas das minhas, sinto essa necessidade porque já puseram na minha boca coisas que não disse, provavelmente fruto de uma escrita que teimo em não cuidar, assim lá vai:

1º Nunca afirmei defender a Ordem, não me custa admitir que num contexto onde observo reacções mais emocionais do que racionais - com colegas a reagir à palavra Ordem, como Drácula reage à luz do dia – seja fácil deixar de ser imparcial, coisa que não quero fazer. Não me decidi pela Ordem nem pela não Ordem o que desejo é um procedimento, um ofício com ordem, venha ela donde vier;

2º Nunca disse que a Ordem tinha que ser decretada ou que devia ser decretada, o que disse é que num contexto de haver certezas acerca da sua utilidade, num contexto de resistência à mudança, ela deveria ser decretada, até porque já se decretou coisas bem piores, tal como os estatutos da carreira docente. Se for para bem que se decrete é diferente de dizer que ela deve ser decretada, ou não é?

3º Acerca do método científico já referido pelo menos duas vezes pelo caro confrade JMA, devo dizer que quanto mais aprendo sobre ele, mais sinto a necessidade de que ele não ande sozinho quando nos referimos às questões associadas às Ciências Sociais. Não fundamento esta crença de forma empírica mas no que leio, como já devem ter lido há quem, com mais legitimidade curricular do que eu, defenda que o pensamento científico não está no topo da hierarquia dos pensamentos. Contudo é importante que salvaguarde a minha posição: método científico sim, mas com cuidado, porque pode ser um travão ao desenvolvimento de algumas medidas. Pode ser um travão à reflexão se for utilizado como bandeira. Entendo quando JMA o utiliza para meter ordem na Ordem, mas discordo porque, neste caso concreto, não avançar para o debate acerca da utilidade da ordem porque metodológicamente sentenão haver condições (teóricas e práticas) para a implementar parece-me errado (ainda mais errado não discutir a essência porque no momento não há condições para avançar). Se não há e se for preciso, então temos o dever de debater a forma de criar as condições. A minha posição é clara, ainda não chegamos a essa fase, defendo que se debata a utilidade da sua existência e, se for útil, temos que partir para a fase de debater a criação de condições para a sua operacionalidade, agora o que não se pode é cortar o debate inicial perante o argumento da falta de condições;


4º Quanto ao insucesso do movimento pró-ordem, não pode nem deve ser atribuído à falta de interesse pela questão, talvez possa ser mais atribuído pela passividade dos professores, que antes se caracterizava por gostarem do estado da coisa e agora, é motivado pelo pânico (justificadíssimo) motivado pela humilhação pública diária a que estamos sujeitos. Aliás entendo que neste momento possa parecer prioritário a discussão laboral. Entendo mas acho errado;

5º Continuo a achar que o tema não se esgotou e deve ser debatido, como disse no primeiro texto, livre de medos de preconceitos, com método (como defende e muito bem JMA) mas com sentido prático e que este não seja um travão ao debate das ideias.

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