Se existe alguma convergência nos discursos que imanam da instituição escolar e dos clubes desportivos, ela baseia-se no princípio da complementaridade entre os dois subsistemas. A problemática, nesta relação, não está tanto na aceitação de um compromisso entre as duas instituições (já que ambos reconhecem essa inevitabilidade), mas está centrada nas funções que cada uma deve assumir no processo de preparação desportiva da criança e do jovem.
A Confederação do Desporto de Portugal publica em Junho de 2001 um documento que se ocupa desta matéria, retratando o estado de uma relação que foi sempre conflituosa:
1) O alto rendimento exige alterações na participação do sistema escolar na política desportiva. O discurso que prevalece na escola é que à escola compete a formação desportiva de base. No entanto, no desporto federado há uma reacção simétrica, onde a captação massiva é um bom exemplo;
2) A função do desporto escolar, como introdutória à preparação desportiva, conduz a um duplo problema: O desperdício dos talentos e o desperdício das oportunidades. Estes obstáculos que impedem a contribuição da escola, na elitização desportiva, advêm da filosofia de educação anti-elitista. Sendo este desporto por natureza elitista, percebe-se que as duas posições constituam a base do conflito entre os dois subsistemas.
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