O texto anterior sugere uma alternativa ao modelo piramidal de prática desportiva. É isso que irei fazer. De forma sucinta, sem grandes preocupações de detalhe, vou avançar com um modelo alternativo ao modelo piramidal que se designa de modelo inclusivo de prática desportiva.
(QJSC. 1995: 46 cit. Kirk e Gorely, 2000: 126)
É um modelo que visa a satisfação das necessidades de prática desportiva da população em geral, durante toda a vida, independentemente do nível de qualidade de que essa prática se reveste. É dada uma atenção particular ao uso de jogos modificados, ao trabalho iniciado no pré-escolar e à intervenção na formação de professores. A educação física é a porta de entrada para um estilo de vida activo, em vez de ser encarada como um dos pilares do desporto de elite.
Este modelo requer uma elevada coordenação, cooperação e comunicação entre todas as partes envolvidas no processo de desenvolvimento desportivo (nomeadamente, entre os vários departamentos governamentais, as entidades responsáveis pela formação de professores e treinadores, os grupos representativos de professores, etc.). É imperioso estabelecer uma forte ligação entre escolas activas e comunidades activas. É necessário alterar equipamentos e criar áreas adequadas para o desenvolvimento físico das crianças até aos 7 anos de idade.
O enquadramento do desporto na escola terá sempre de decompor o modelo piramidal como único organizador da prática desportiva. Um modelo alternativo à figura da pirâmide não cairá no logro de pretender banir o desporto de alto rendimento, porque este será sempre o referencial orientador de uma determinada prática. Um desporto que procura chegar a todos requer a coexistência de uma pluralidade de paradigmas que enquadrem e fomentem um desporto radicalmente plural.
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