O Gustavo faz um apelo à partilha da informação resultante da palestra de Augusto Santos Silva (ASS) “A escola perante o desafio do tempo livre” referida na entrada anterior. De forma sucinta, destaco duas ideias chave: ASS desmistifica a ideia de que a sociedade evolui tendencialmente para um acréscimo do tempo livre; ASS considera inevitável que a escola incorpore o tempo livre (tempo de não trabalho) do aluno no currículo escolar.
Se a primeira ideia não mereceu qualquer contestação, já a segunda ideia foi alvo de uma série de reparos que foram aproveitados por ASS para clarificar que o tempo livre não deve ser tratado num espaço disciplinar. É a escola, no âmbito do seu projecto educativo, que deve encontrar as oportunidades para enquadrar esta temática.
Concordo com ASS e aproveito para sugerir um caminho. Enquanto que a dimensão curricular da escola cumpre os desígnios do princípio pedagógico da heterodeterminação consubstanciado na obrigatoriedade, universalidade e homogeneidade das diversas áreas disciplinares, o princípio pedagógico da autodeterminação concretizado na liberdade individual, diferenciação e heterogeneidade das actividades extralectivas encontra nos clubes escolares um espaço pedagógico privilegiado para proporcionar aos alunos a satisfação das suas exigências de realização pessoal de acordo com as particularidades vocacionais.
Houvesse vontade política e as escolas saberiam como responder ao desafio do tempo livre.
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