quarta-feira, janeiro 9

Para ... rir, chorar, pensar, entender, desistir?


E todos seremos incluídos. E todos teremos sucesso. E seremos ... e teremos...

[tentando espairecer um pouquinho]


10 comentários:

Miguel Pinto disse...

Este título serve perfeitamente para este outroolharCEF da bola, CEF de informática ou CEF de frequência de bares nocturnos

Um curso de educação formação tem como destinatários os alunos com mais de 15 anos de idade cujo trajecto escolar prognostica o abandono. São cursos frequentados por alunos marcados por trajectos “desviantes” e/ou com dificuldades nas aprendizagens formais. A tutela julga ter encontrado a solução para resolver dois problemas: o abandono escolar na escolaridade básica e as estatísticas desfavoráveis em matéria de certificação. No terreno onde se joga a viabilidade destas medidas, a escola situada, não conheço um colega sequer que simpatize com esta solução. Porquê? Por vários motivos: i) conceptuais (a diferenciação curricular é uma solução curricular não inclusiva); ii) operacionais (a escola tradicional lida mal com o ensino profissionalizante por falta de condições materiais ou pela rigidez da organização escolar que tem dificuldade em articular trajectos escolares diversos); iii) circunstanciais (alunos que investem pouco na sua formação académica; professores desmotivados em trânsito na sua profissionalidade,.. )

Isto vem a propósito do espanto que emergiu do conhecimento do CEF de “Prática Desportiva de Futebol” que a blogosfera se encarregou de divulgar.

"Por muitas e válidas razões que apresentemos para criticar a oferta formativa dos CEF’s (estou certo que não esgotei o manancial de razões), não será pela designação do curso e pelo referencial de formação que fundamentaremos as nossas reservas. Basta percorrer esta oferta formativa (e abstenho-me de enunciar as designações mais esotéricas), ou se optarmos por qualquer coisa de mais concreta verificar o nível de exigência e de rigor suscitados pelos CEF’s corriqueiros, para constatarmos que pouco ou nada poderá ser levado a sério."

Para ... rir, chorar, pensar, entender, desistir?"

Anónimo disse...

Antes de começar a rir prefiro esperar para ver no que isto dá.Nem simpativo nem antipatizo só sei e acho que é uma medida correcta para levar mais alguns alunos à escola.Nem todos vão aproveitar mas nem que seja um minimo já é algo de positivo.

IC disse...

Pelo que li na ampliação da imagem, isto nem é diferenciação curricular, nem via profissionalizante! (Isto a propósito do comentário do Miguel). Nem a questão é a designação do curso. Os putos descobrem isto (e outros "cursos" no género), toca a empatar na escola até fazerem 15 anos, fazem o 6º ano e pronto... obtêm equivalência ao 9º só a aprenderem futebol! (A questão também nem é aprenderem futebol, ou culinária, ou outra coisa, mas aprenderem - neste caso - SÓ futebol).
Eu sei que o meu país é medíocre, a política nele tem mentores medíocres, mas, bolas(!), escusavam de fazer do país uma anedota!
Nem consigo ter vontade de rir.
:( :(

Paideia disse...

Será que me posso inscrever? Finalmente vou aprender a dar um chuto numa bola, sem parecer um sempre-em-pé.
É que mal posso esperar...

Helena Serrão disse...

também já vi um curso para trabalhos domésticos, um dia no comboio, alguém à minha frente tentava memorizar as regras para lavar bem a loiça.engraçado.

tsiwari disse...

ic : penso que o destacado é a Nas componente, huum, tecnológica e que não referma as componentes de formação sócio-cultural e científica.

Parece-me (mas eu não sou da área) que a componente tecnológica é, grosso modo, o que se trabalha em Educação Física na modalidade, precisamente, de futebol...

tsiwari disse...

Meu Deus, tanta pérola num só escrito!

Nas ---> na

referma ---> referem

Miguel Pinto disse...

"Parece-me (mas eu não sou da área) que a componente tecnológica é, grosso modo, o que se trabalha em Educação Física na modalidade, precisamente, de futebol..."

TsiWari
O teu entusiasmo pelos CEF´s, e por este em particular, merece ser recompensado ;))

Vejamos:
"4.1. Unidades de Formação Capitalizáveis:
1. Acções técnicas e tácticas, e desenvolvimento físico (há nesta unidade uma aproximação aos conteúdos abordados em EF embora a fasquia de exigência deverá ser colocada bem mais alto) - 200 horas.
1.1 Acções técnicas e tácticas - 75 horas
1.2 Desenvolvimento físico - 125 horas

2. Modelo de jogo
2.1 Princípios gerais e específicos de jogo - 50 horas
2.2 Fases, métodos, modelo e sistema de jogo (estes conteúdos não são abordados nas aulas de EF) - 150 horas

3. Desenvolvimento comportamental - 225 horas
3.1 Desenvolvimento pessoal e social do jogador de futebol (transversal em EF) - 75 hrs
3.2 Saúde física (transversal em EF)- 100 hrs
3.3 Ética desportiva (transversal em EF)- 50 hrs

4. Gestão da carreira (estes conteúdos não são abordados nas aulas de EF)- 200 horas
4.1 Gestão pessoal - 75 horas
4.2 Legislação e documentação - 100 horas
4.3 A história do futebol (abordado em 45') parcialmente - 25 horas"

Há efectivamente alguns pontos de contacto entre os conteúdos tratados neste curso e alguns dos conteúdos de natureza técnica e táctica contemplados nos programas de EF. A carga horária atribuída a cada unidade de formação dá para perceber que este curso está orientado para aqueles alunos que fazem a sua "pré-profissionalização" nos clubes profissionais de futebol.

jawaa disse...

Desistir... nunca!
Mas tudo fazer para que as escolas públicas não se remetam ao papel de receptadoras dos que não querem estudar, não gostam, detestam a escola e os professores e cujos pais incentivam a má educação e a falta de respeito!

Fantasia Musical disse...

Apesar de tudo, até cursos de culinária ou limpeza teriam mais utilização do que este.
Convenhamos que já existem demasiados jogadores de futebol a serem explorados em Portugal. Basta observar as equipas distritais.. A maior parte não sobrevive com os ordenados chorudos dos jogadores das grandes equipas. E, no entanto, a sua cultura geral é tão má como a desses. Parece-me que é mais uma forma de enganar os alunos e as estatísticas!