Na ressaca de uma perda deixo-me mergulhar na intimidade e na alma. É um momento muito solitário que me faz recuar ao EU mais profundo, impulsionado por uma força superior que me obriga a questionar o sentido da existência.
É neste percurso que me dou conta da influência dos ensinamentos e dos estereótipos que marcaram um tempo. A masculinidade tinha os seus fundamentos em padrões de comportamento que reprimiam a dor e que ensinavam a ocultar e reprimir sentimentos.
Terei sido um bom aluno?
6 comentários:
a questão que coloco face a este tipo de acontecimento, e bem sabes o que já passei com o meu filho, é se vale a pena levar uma vida demasiado intensa com determinados assuntos e deixar passar as coisas bonitas da vida. Quando vou ao blogue da 3za e vejo as borboletas as rosas, os seus poemas, questiono-me sempre, questiono a maldita tendência para me ocupar com coisas que nem sei muito bem para que valem....u, abraço amigo
A morte... talvez o calcanhar de Aquiles de toda a existência...
É nesta facilidade com que acontece e que faz com que tudo mude de repente que nos sentimos por vezes inúteis... inúteis ao mundo que continua... Mas continua, com outras pessoas, que o sustentam não se sabe em quê... não se entende para quê... nem por quanto tempo...
Mas sem dúvida que a base dessa sustentação é o amor presente nas relações humanas... Esse Amor tantas vezes difícil de aceitar e assumir junto de amigos e familiares... Esse Amor difícil de reconhecer num pequeno gesto ou situação...
Talvez seja por aí que se consiga perceber a presença de um Deus... Na manifestação de Amor que sustenta as relações entre as pessoas e que.. em todas as situações, sobretudo nas mais difíceis... nos fortalece e nos faz continuar a acreditar que vale a pena viver...
Um abraço Miguel
Mas... Sentir... quem nos pode censurar por sentir? Sentir alegria, coragem, determinação... mas também medo, frustração e tristeza...
Sentir a Vida!...
De uma forma muito pragmática, Miguel, a Morte faz parte da Vida...
É algo sempre muito presente!
Um abraço solidário
temos, nestes momentos, uma noção de que a vida é algo tão frágil. Sei o que isso é... Talvez por isso, como diz o MSousa, a partir de certa altura da minha vida me tenha imposto outro olhar sobre outras coisas para não me perder pela vida sem a saborear até ao limite. As rosas, a poesia, as borboletas são uma tentativa de sorver vida onde a encontro e de a passar aos outros. Para que quando finalmente adormeço sinta que o dia foi sem remorso e tudo se cumpriu. A dor maior da morte é o deixar por dizer... deixar por fazer... deixar por viver. Banal, eu sei: mas viver cada dia como se fosse o último, e dizer amo-te aos que amamos sem adiar, é a melhor solução. Nem sempre conseguimos mas devemos tentar. E, sim, foste um bom aluno - resististe à obediência e convergência, arriscando outro olhar.. mais molhado e sensível... Deixa-te ir.
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