segunda-feira, maio 29

Adenda II a "Aragem urgente"

Sugestão: Mobilizar os Conselhos Pedagógicos e agendar a discussão deste documento. Se for possível uma posição conjunta tanto melhor: tem mais força, é mais aglutinadora de vontades e mais significativa para a tutela.

13 comentários:

Amélia disse...

Acho excelente ideia...

Teresa Lobato disse...

Teresa, trabalho urgente relacionado com a preparação do 1 de Junho aqui na Freguesia, impede-me de analisar o documento com a devida atenção. Não gosto de trabalho em cima do joelho... Posso apenas focar alguns pontos que acho pertinentes:
1 - Há dados relativos à avaliaçao dos alunos que não podem ser considerados na nossa avaliaçao.
2 - A apeciação dos pais é outro ponto como qual não concordo.
3 - Antes desta proposta, deveria ser debatida uma com os traços gerais do processo de avaliação; só depois é que se iria particularizar. Como está é muito complicado fazer um trabalho a partir dela, pois mistura aspectos puramente administrativos, com as pectos pedagógicos, o que nos pode deviar a atençao do essencial.
4 - Não sei como os Executivos vão conseguir fazer estas avaliações...
5 - As escolas deviam, na verdade, pronunciar-se sobre o documento e tomar posições a nível de Pedagógico. Aliás, qq grupo de professores que se junte, deveria enviar a sua impressão para o ministério.
Desculpa, Teresa, mas, hoje, não consigo fazer mais. Tenho de sair. Se houver alguma reunião na tua escola à qual eu possa ir, avisa-me.
Abraço
TL
4 -

Teresa Lobato disse...

Não sei se vou dizer um grande disparate, mas... a nossa avaliação não poderia passar pelos conselhos de turma? Afinal é lá que nós conhecemos melhor o trabalho uns dos outros...

Teresa Martinho Marques disse...

Não te preocupes Teresa!
penso que tentaremos mobilizar as pessoas na escola (hoje já falei com o CE) para uma tomada de posição (depois digo algo). Concordo com o Henrique quando diz a certa altura que se nos pusermos só a rebater e substituir pontos e artigos podemos correr o risco de passar a mensagem de que o diploma "serve" desde que mudado aqui e acolá, o que tb não significa que tudo seja incorrecto, por outro lado. A questão deveria ser pensada, como o Miguel diz, tomando posição global face à saída da proposta e ao absurdo que ela representa no seu conjunto e, depois, na evolução da discussão pública ir definindo as estratégias adequadas e pormenorizando as questões, pois (até)admito que esta seja uma proposta em construção (uma provocação) para que nasça algo diferente se conseguirmos ter a força suficiente. Para já posso dizer-vos que a vossa ajuda tem sido preciosa e que a ideia foi recolher informação vasta para completar uma intervenção que terá lugar amanhã e que já de si era extremamente completa, forte e incisiva (mesmo assim, foram descobertos aqui enfoques ainda omissos que a completaram muito mais...). veremos o que se consegue. Mas isto é apenas uma gota de água. O começo da discussão. Há que mover esforços individuais, de grupo, região e também, naturalmente, sindicais para um combate inteligente que possa virar o sentido dos ventos... Apesar de apreensiva não quero pensar sequer que uma coisa destas possa seguir em frente sem que consigamos fazer algo... Obrigada a todos!

IC disse...

Gostava de estar enganada, mas receio que o grosso dos professores das escolas seja bem diferente dos que aqui intervêm, a minha experiência diz-me que não lêem legislação (ou projectos dela). Nós ouvimos notícias e, a seguir, fomos ler o documento, mas, na minha escola, hoje só dei por uma pessoa que o tivesse lido: eu. Assim, só se falava em dois aspectos que, embora escandalosos e absurdos, serão, por isso mesmo, provavelmente, os que mais facilmente cairão na negociação: a participação dos pais na avaliação e a consideração dos resultados dos alunos na mesma.
Posições do CP? Hummmm (lá vai o tempo disso) Mas, se as tomarem, acho muito importante o que o Henrique disse abaixo: que partir deste projecto e apresentar propostas de alteração pontual é aceitá-lo.
Sugiro que nas escolas encham um placard com as páginas do projecto bem AMPLIADAS (desculpem, se calhar estou cínica, mas isto deve-se ao conformismo que vi durante o ano, e hoje, na minha escola, falava-se de "alterações" ao ECD um tanto como facto consumado. Por isso eu digo que se não houver pessoas influentes a fazer ver que esta ministra tem que ser substituída... bem, não quero ser pessimista, desejo MUITO estar enganada sobre a disposição da maioria dos profs para agir.

Miguel Pinto disse...

Isabel
A questão é simples: o que fazer contra a indiferença da esmagadora maioria dos docentes perante as questões que estão em cima da mesa negocial e que têm a ver com a NOSSA profissão?
Eu tenho razões [e não vou apresentá-las aqui ;)] para duvidar da capacidade de reacção e de organização do colectivo a que pertencemos. Mas, eu quero crer que nem todas as escolas sofrem deste mal. Não quero acreditar na falência da deontologia profissional e não quero generalizar os ambientes acríticos que bem conheço. Daí que a minha proposta possa não produzir os efeitos desejados mas será suficientemente provocadora para causar alguns problemas de consciência a muito boa gente conivente com esta manobra persecutória à dignidade dos docentes.

Teresa Lobato disse...

Realmente, tudo isto é muito complexo e, partir para alterações, é aceitar. Ainda bem que não fui a única aa ter dificuldades em pegar em pontos precisos. Dizes, 3za, que esta proposta talvez seja uma provocação. Aqui não posso concordar contigo. Acho que o ministério tem mais que fazer do que lançar-nos provocações. Continuo com a máxima da Sophia: "Perdoai-lhes, senhor, porque eles sabem o que fazem."
Vamos falando.

matilde disse...

Olá malta.. só agora consegui arranjar um buraquinho para aqui vir. Aliás - para aqui comentar, porque vir já tinha vindo ontem e à tarde estive debruçada no referido documento e a fazer um apanhado de algumas ideias para enviar à 3za.
Quanto à participação dos professores... na minha escola tenho praticamente a certeza de que, à semelhança de Isabel, só eu é que o li. "Dá muito trabalho ler aquelas folhas todas, e com certeza que outras pessoas se encarregarão de o ler e analisar...", seguindo também o comentário do Miguel Pinto.
Em relação ao documento propriamente dito, talvez não esteja assim tão em desacordo com dois dos pontos já focados, nomeadamente o que diz respeito à participação dos pais na avaliação e ao peso dos resultados da avaliação dos alunos nessa avaliação. A verdade é que, em relação a qualquer um dos pontos, não é imposto qualquer coeficiente de ponderação dos diversos itens no resultado da avaliação do professor, nomeadamente nestes dois. Por outro lado, parece-me que, quer queiramos quer não, os resultados dos alunos têm de ser um dos aspectos a ter em conta. Não concorcdo que possa ser considerado como uma questão de taxas (uma percentagem fixa de "positivas" corrresponde a um valor fixo na escala de 1 a 10). Mas se se tiver em conta o contexto de cada situação (e sendo a avaliação feita na escola, não me parece porque não o possa ser), parece-me que este tem de ser um indicador. Não podemos pensar, na minha óptica, que então o porfessor vai dar boas notas só para ser avaliado numa escala mais elevada, caso contrário estaria a ir contra outros factores que tambem estão a ser contemplados nesta avaliação.
Relativamente ao papel dos pais na escola e na avaliação dos porfessores, essa avaliação, não sendo determinante, (e não me parece que o seja de alguma forma), penso que será importante. Talvez por conhecer um pequeno número de contextos (não o nego e assumo que haverá situações noutras escolas que talvez me fizessem ter outra opinião), considero que devemos encarar os pais como aliados para o bom funcionamento da escola. E não me parece que, na generalidade, tenham um sentido de "crítica injusta" face ao desempenho dos professores...
Isto ainda está tudo muito fresco na minha cabeça... e há sem dúvida muitos pontos que me parecem muito pouco correctos nesta proposta. Vou ler os comentários que, felizmente, tantos porfessores aqui deixaram nesta Aragem, que ainda não tive tempo de o fazer. (Acho que estou a começar de trás para a frente... lol) Depois tentarei ainda hoje deixar mais umas ideias que me bailam na cabeça... Mas antes disso, e correndo o risco de repetir algum comentário já feito, pergunto-me que sentido tem, nos moldes em que é apresentada, a prova de admissão à carreira? Parece-me, na parte escrita, um atestado de incompetência às instituições de formação de professores; na entrevista, intemporal - não teria mais sentido, a fazer-se, que se fizesse na altura de admissão ao Ensino Superior?... Ou vamos esperar que se acabe uma licenciatira em ensino para dizermos a um candidato que afinal não tem vocaçao?

IC disse...

Miguel, antes de mais, deixa-me esclarecer que apoio totalmente a tua proposta - eu até já lembrei algures no meu cantinho posições espontâneas (sem sugestões dos sindicatos) dos CPs, no passado. Apenas estou sob o efeito da observação do conformismo deste ano, mas também reconheço que esta ministra atordoou, desmoralizou e desgastou (e até intimidou) muito os professores. Além de outro efeito em mim, que é a memória de uma geração combativa, mas aproveito para dizer outra verdade: não era a generalidade dos professores que era combativa, havia era muita gente nas escolas com uma "escola" de intervenção, por exemplo, muitos activistas sindicais, tomavam a iniciativa, conheciam bem os documentos, mobilizavam, mas a vida sindical veio a tornar-se de cúpulas (e os sindicatos começaram a merecer muita crítica, diga-se a verdade). Depois, mudaram os tempos, creio que os professores continuam a ter consciência e revolta, já não há é a "prática" de falar e agir. Mas a quantidade de colegas que aqui falam também dão optimismo às minhas visões por vezes pessimistas.
Em suma, não interpretem mal os meus "realismos", que são visões parciais. Não foi por acaso que deixei hoje no meu cantinho duas canções de combate (a seguir a um encontro que recorda lutas);)

Anónimo disse...

Tenho lido com interesse os últimos posts neste blogue, a que cheguei via Technorati pesquisando sobre a proposta do ME acerca do ECD. Acho positivo tentar que as escolas debatam o assunto e tomem posição nos CPs. Embora não ponha muita esperança nisso. Hoje mesmo fiz levantei a questão e, àparte de um colega, ninguém mostrou muito empenho no assunto. Mas mesmo que muitas escolas tomem posição, e ainda que maioritariamente repudiando a proposta do ME, não acredito que a ministra da Educação tenha isso em conta. Entetanto fui falar com a uma colega do sindicato, expressando-lhe a necessidade de nos mobilizarmos, de modo a que a proposta não passe, embora afirmando também que não estarei disponível para brincar às greves outra vez. Convoque-se uma greve ou qualquer outra forma de luta eficaz, mas que se vá até às últimas consequências, tendo em conta a gravidade da situação. Por outro lado, e também por isto, concordo com algumas opiniões que li aqui e defendem que a proposta deve ser rejeitada integralmente. Propor alterações pontuais é legitimá-la. E o ME poderia então dizer que dialogou e fez concessões, mas apenas modificaria uns poucos aspectos mais polémicos. Também ainda não constatei vontade suficiente nas escolas que chegue para nos congregar. Há até indiferença, por ignorância ou desgaste, e subserviência em demasia. Embora também haja muitos professores extemamente revoltados.

IC disse...

Sugestão: Cartaz nas escolas com endereço para "ECD lado-a-lado", colocado pelo Miguel Pinto.

http://olhardomiguel.blogspot.com/2006/05/ecd-lado-lado.html

(Endereço, porque o doc tem 52 páginas)

ana disse...

Outra questão importante e que ainda não foi referida ( e vou puxar a brasa à minha sardinha) é o facto dos professores que adquirem outras capacitações e habilitações - mestrados e doutoramentos.
Com esta nova proposta, parece que só vão ser beneficiados aqueles que frequentarem doutoramentos. Então, quererá dizer que aqueles que estão a frequentar um mestrado e que vão ter a graduação de mestre provavelmente no ano que o novo estatuto entrar em vigor, vão deparar-se com o facto de não haver nenhuma bonificação na sua carreira?
Ou sou eu que estou a fazer uma interpretação errada do documento?

NP66 disse...

Olhem, no meu Agrupamento o Conselho Executivo demitiu-se "como forma de protesto"! Já devem ter ouvido falar no assunto... :)

Não me admira nada... mas mesmo nada... que no próximo CP estes assuntos sejam discutidos... ou, pelo menos, que seja sugerido que essa discussão possa ser feita nos departamentos e conselhos de docentes.

Seja como for... presumo que o "clima" lá na escola não seja o mais adequado nas próximas semanas... com o processo eleitoral, as avaliações, os exames, etc...