quinta-feira, dezembro 29

Momentos

Há momentos e momentos. Há momentos de pensar na escola e escrevemos sobre política de educação e ensino, umas vezes combativos, outras desalentados; Há momentos de estarem eles, os alunos, na mente, e umas vezes escrevemos contentes com alguns sucessos, outras menos contentes pelo que nos fazem suar, outros ainda, quando após um sermão respondem "stôra, tem razão" e uma voz acrescenta "mas somos adolescentes", apetece pôr apenas um poema.
E há também momentos de férias, ou porque estamos mesmo em férias, ou porque damos férias à mente para a ocupar de pequenas coisas quotidianas que fazem parte de grandes coisas da vida.

Dizem que os professores andavam a trabalhar pouco... nunca como neste ano montei a árvore de Natal tão tarde, apesar dos protestos dos netos contra tal falta de tempo. Só na 5ª feira da semana do Natal umas mãozinhas de 7 anos penduraram as últimas bolas coloridas na árvore que, seguindo a tradição de avós, tem que chegar quase ao tecto. Depois a dona das mãozinhas apreciou contente outros enfeites na casa até entrar na minha sala de trabalho (sala deles também quando cá estão), onde, crítica, sentenciou: Aqui também tem que haver um enfeite!
E lá fui eu na sexta ao fim da tarde numa corrida ao Aki, para me deparar com as sobras dos enfeites a acabar de encaixotar. Percorrendo prateleiras vazias... o Pai Natal, que vela sempre pelos desejos das crianças (daquelas a quem o homem permite terem Pai Natal) deve ter tornado invísivel aos olhos dos arrumadores um pinheirinho de mesa de ramos a passarem por todas as cores do arco-iris.
Acho que fiz este relato pelo ambiente de aragem leve e pura deste cantinho, mas também para confessar que, se o Pai Natal não tivesse velado pelo pinheirinho sobrante, eu teria empreendido convencer um funcionário a vasculhar em caixotes ainda não selados à procura de um enfeite que luzisse
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2 comentários:

Miguel Pinto disse...

Fico muito satisfeito pela tua participação, Isabel. O ramalhete está muito melhor: de um lado, o Miguel Sousa… mais ácido [eh,eh,] e do outro, a Isabel…mais doce... ;-) Está perfeito!

A propósito do Natal e da intensificação do nosso trabalho, vou sugerir que mantenhas esse teu pinheirinho luzente na tua sala de trabalho… Por duas razões: 1. No próximo ano poderás não ter tempo de a enfeitar… 2. Pela descrição que fazes no texto, o Natal por essas bandas é coisa que acontece durante todo o ano… :)

«« disse...

olha lá Miguel, vê lá se fico inibido....bom, querida Isabel, eu continuo a fazer um pinheiro antigo, com bolas e enfeites o mais parecidos com os que tinha na minha infância...no final os putos fazem uma festa. A minha Bia, até já disse que ainda bem que não faço um pinheiro moderno. Como o Natal é para eles...o meu Natal é da sua satisfação, fico derretido ..