Há momentos e momentos. Há momentos de pensar na escola e escrevemos sobre política de educação e ensino, umas vezes combativos, outras desalentados; Há momentos de estarem eles, os alunos, na mente, e umas vezes escrevemos contentes com alguns sucessos, outras menos contentes pelo que nos fazem suar, outros ainda, quando após um sermão respondem "stôra, tem razão" e uma voz acrescenta "mas somos adolescentes", apetece pôr apenas um poema.
E há também momentos de férias, ou porque estamos mesmo em férias, ou porque damos férias à mente para a ocupar de pequenas coisas quotidianas que fazem parte de grandes coisas da vida.
Dizem que os professores andavam a trabalhar pouco... nunca como neste ano montei a árvore de Natal tão tarde, apesar dos protestos dos netos contra tal falta de tempo. Só na 5ª feira da semana do Natal umas mãozinhas de 7 anos penduraram as últimas bolas coloridas na árvore que, seguindo a tradição de avós, tem que chegar quase ao tecto. Depois a dona das mãozinhas apreciou contente outros enfeites na casa até entrar na minha sala de trabalho (sala deles também quando cá estão), onde, crítica, sentenciou: Aqui também tem que haver um enfeite!
E lá fui eu na sexta ao fim da tarde numa corrida ao Aki, para me deparar com as sobras dos enfeites a acabar de encaixotar. Percorrendo prateleiras vazias... o Pai Natal, que vela sempre pelos desejos das crianças (daquelas a quem o homem permite terem Pai Natal) deve ter tornado invísivel aos olhos dos arrumadores um pinheirinho de mesa de ramos a passarem por todas as cores do arco-iris.
Acho que fiz este relato pelo ambiente de aragem leve e pura deste cantinho, mas também para confessar que, se o Pai Natal não tivesse velado pelo pinheirinho sobrante, eu teria empreendido convencer um funcionário a vasculhar em caixotes ainda não selados à procura de um enfeite que luzisse.