sexta-feira, novembro 24

António Gedeão... Faria hoje 100 anos.

Homem

Inútil definir este animal aflito.
Nem palavras,
nem cinzéis,
nem acordes,
nem pincéis
são gargantas deste grito.
Universo em expansão.
Pincelada de zarcão
desde mais infinito a menos infinito.

António Gedeão

4 comentários:

Teresa Martinho Marques disse...

Grande Homem...

«« disse...

é por este por outros poetas que temos, que não consigo entender que para alémdas TEL,.....(nome chato e irritando) os professes de português não fazem pressão para dar cor à posia estudada na escola

Menina Marota disse...

Um dos meus Poetas favoritos!

"(Chega à boca de cena e diz)"

"Venho da terra assombrada
do ventre de minha mãe
não pretendo roubar nada
nem fazer mal a ninguém

Só quero o que me é devido
por me trazerem aqui
que eu nem sequer fui ouvido
no acto de que nasci

Trago boca pra comer
e olhos pra desejar
tenho pressa de viver
que a vida é água a correr

Venho do fundo do tempo
não tenho tempo a perder
minha barca aparelhada
solta rumo ao norte
meu desejo é passaporte
para a fronteira fechada

Não há ventos que não prestem
nem marés que não convenham
nem forças que me molestem
correntes que me detenham

Quero eu e a natureza
que a natureza sou eu
e as forças da natureza
nunca ninguém as venceu

Com licença com licença
que a barca se fez ao mar
não há poder que me vença
mesmo morto hei-de passar
com licença com licença
com rumo à estrela polar

(António Gedeão in Teatro do Mundo, 1958)

Um abraço e grata pela partilha

;)

Anónimo disse...

Não seria mais interessante estudar este senhor do que ter carradas de disciplinas e não aprender nada de jeito...