A autocracia não escolhe idade, disse o Miguel na entrada anterior (e concordo). Mas a rebeldia contra a autocracia também não escolhe idade. Grandes exemplos disso tivemos de muitos adultos, pequenos exemplos quotidianos vamos tendo, felizmente, e é esperançoso verificarmos nas aulas que muitos dos nossos adolescentes, não apenas porque rebeldia é própria dessa idade, mas porque distinguem o poder legítimo do ilegítimo, não aceitam este e não prescindem de pelo menos o discutir e argumentar.
Por coincidência, contei ontem uma estória da minha infância em comentário a propósito deste post da Tit, relato que transcrevo (não porque atribua mérito à minha rebeldia contra qualquer forma de autocracia, ela começou na infância, pelo que só pode ser genética!):
Do meu 1º dia de escola não me lembro, mas desse tempo o que vejo como se estivesse a ver agora foi quando a professora me deu uma bofetada (e eu era boa aluna, aconteceu não estar a aprender já não sei o quê). Voltei para o lugar, arrumei rapidamente os cadernos e saí porta fora, com a classe a olhar aterrada e a professora quase sem voz para me fazer parar. Foi um escândalo, mas o meu pai não me disse nada, e o que disse à professora não sei.
Como diz o Miguel, é a aceitação tácita dos vários poderes que permite a mudança e o progresso da relação educativa - é do reconhecimento do OUTRO que se trata. E o Outro são todos, as crianças também. Creio que, afinal, se trata do reconhecimento do respeito pelos outros e acrescento mesmo que me é bem mais fácil respeitar todas as crianças do que respeitar alguns adultos. (Rousseauniana? Ora, não me importo de um daqueles eventuais sorrisos amigáveis mas trocistas do Miguel, pois em parte sou-o mesmo)
1 comentário:
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