quinta-feira, dezembro 4

Desculpem mas assim não brinco!

Provavelmente, as palavras que vou escrever vão causar-me inimizades, mas tenho aqui algo entalado na garganta e se não o disser, rebento. Além disso, estou avançada por demais na idade para ter medo de dizer o que penso. E o que penso é que professores e Professores, assim, estão a perder a face. Assim, como?
Olhem, assim, é, por exemplo, o "folclore" de muitos nas manifestações. Nós somos PROFESSORES! Professores têm que ter um porte, uma postura, que os dignifique. Professores não manifestam a sua indignação com versinhos de pé quebrado!
Por outro lado, a muitos falta apresentação! Sim , apresentação. Somos PROFESSORES! Não podemos falar de qualquer maneira! Não devemos apresentar-nos de qualquer maneira!
Concordo a 100% com a recusa deste modelo de avaliação. A 200%, até. Mas NÃO CONCORDO que se espere e se lute para ficar tudo na mesma. Os professores não são todos iguais e cada um de nós o sabe. A curva de Gauss não engana e a nossa própria experiência nos diz de quantos Professores nos lembramos. Cada um de nós sabe avaliar-se? Eu teria tido vergonha de acabar a minha carreira com a mesma classificação de outros colegas, porque sei o que fazia e o que eles faziam. Mesmo assim, reconheço que havia, na minha Escola, Professores, no meu grupo, melhores do que eu, pelo menos uma.
Sabem o que vos digo, Colegas? Lutemos por uma avaliação justa, para nós e para a nossa função - a mais digna, a mais alta: preparar o futuro. Mas deixemos que o nosso trabalho fale por si e não pensemos que poderemos ser todos generais. Aviso que não saí como general... Talvez tenente-coronel...
Talvez as quotas sejam curtas, sim, mas sejamos honestos: há, de facto, maus professores, medíocres, normais, bons, muito bons e excelentes. Como em todas as profissões, não nos iludamos. Portanto, apesar da força dos números da greve, creio que a Ministra, caladinha como está, está a investir na sua posição, enquanto nós, pedindo uma coisa que não estava, até agora, explicitamente a ser tratada, vamos perdendo o nosso capital de simpatia por parte do resto da sociedade.
Estou a escrever aqui porque um dia para tal fui convidada e porque o meu blogue tem estado desactivado. Mas vou transcrever este texto para lá e quem quiser insultar-me pode ir lá fazê-lo, porque esta casa não é minha. Agradeço a atenção. Estou em "piruetas de avó"

5 comentários:

Anónimo disse...

Quotas: Para quê as quotas? Pode haver o reconhecimento do mérito sem quotas? Pode! Pode não haver o reconhecimento do mérito com quotas? Pode! Então, o reconhecimento do mérito é independente do uso de quotas. Para quê criar um instrumento artificial gerador de iniquidades?

JMA disse...

As quotas, tal como estão regulamentadas, são um instrumento de controlo financeiro e de iniquidade pessoal e organizacional. Concordo com grande parte da reflexão da Maria do Carmo e sobretudo com a ideia da dignidade, da autoridade (que lá está subentendida no sentido de se ganhar autoridade, direitos de autoria...) e da justiça (que significa dar a cada um o que ele merece (bem sei que este conceito é fluído...).

tsiwari disse...

Qdo apareceu o actual E.C.D. muitos poucos se aperceberam da Bomba que ali estava : a divisão da carreira em dois patamares. O M.E. foi inteligente q.b. para desviar o assunto com algo tão escandaloso - as faltas, penalizando os docentes, fossem de que natureza fossem,

Veio o concurso para Prof. Titulares e o pessoal percebeu que muita gente iria fcar sem aceso a progredir. Iria ficar "ali parado", à porta da categoria que permitiria ser aumentado.

Só aí acordou, este povo adormecido.

Veio a A.D.D. - muitos ainda não se aperceberam dos tentáculos deste monstro. Estão a reagir à fracturação, ainda...

Claro que tudo começou aí. Mas o tempo dessa luta... já passou!

Como passou o tempo do escândalo que foi aumentar-nos a idade de reforma - quando escolhi ser professor, isso também pesou. Fui defraudado. Mudaram as regras depois, muito depois, do jogo ter começado. E não me apetece investir noutro jogo nesta fase da vida, em que tenho dependentes...

Aliás, nos tempos que correm já nem regras há. Como seá avaliado um Presidente do Cons. Executivo? Não era suposto saber-se isso no início do período de avaliação?
Como se entende que tenha havido concursos para Directores de Centros de Formação sem saberem a que regras estarão suheitos? Neste momento, já há DCF em pleno uso das suas funções - desde o início do ano lectivo - sem saberem de que recursos humanos irão dispôr para executarem as funções que lhe cabem. nem as funções que lhes cabem - o Regime Júridico da Formação ainda não foi publicado.

Anda mal, isto. Muito mal.

tsiwari disse...

*acesso *será

Anónimo disse...

O pior de tudo foram as "alternativas" vergonhosas apresentadas pela Plataforma.
Tiveram mais de um ano para apresentar uma alternativa credível e foi o que se viu.