segunda-feira, junho 9

Uma proposta, um desafio

Há tempos correu na blogosfera "docente" a proposta da semana do 'dizer bem', e vários blogues aderiram.
No que respeita às medidas do actual ME, seria muito dificil, ou impossível, a muitos de nós, dizer bem em termos globais. Mas muitos de nós também já tiveram, decerto, a experiência de discutirem com amigos não professores - amigos que até costumam comungar com cada um de nós do respectivo pensamento politico-ideológico, mais globalmente falando -, que têm expectativas positivas quanto aos resultados a curto ou a médio prazo da maioria das medidas de MLR. E, se não conhecem o 'terreno' como nós conhecemos, também não o desconhecem em boa parte. Ora, além de que não somos os detentores da verdade, creio que cada um de nós é capaz de encontrar, entre tantas medidas que vieram em catadupa, alguma(s) necessária(s) e benéfica(s) em si, talvez até se não fosse a (excessiva) regulamentação que as acompanhou.
Talvez nos ajudasse nas reflexões críticas que fazemos se dedicássemos uma semana ao 'dizer bem' (não julgo necessário nos nossos blogues individuais, bastaria neste), contribuindo cada um - elemento desta confraria e quem mais queira - com a sua menção de ao menos uma medida positiva de MLR.

Alinham nesta proposta-desafio?

Ó Miguel, desculpa não ter começado por te pedir autorização como administrador-mor, mas, se a ideia é tonta, eu "tapo" já este post com outro a seguir - uma anedota, por exemplo ;o)

5 comentários:

Miguel Pinto disse...

hummm... medidas positivas? Só me consigo recordar de uma: a normalização do pagamento aos professores das AEC’s no 1º ciclo. A medida combaterá, digo eu, a vil exploração do trabalho dos professores em situação precária. Eu que até defendo a descentralização educativa, quando deparo com exemplos perversos no poder autárquico... não sei não :(

IC disse...

Talvez vá escandalizar, mas eu começo pela 1ª medida da ministra: a criação da componente não lectiva de estabelecimento. Considero uma medida potencialmente positiva (sublinho potencialmente). Penso que (à semelhança de outros países, segundo julgo) poderá tornar-se positiva quando:
a)Se ultrapassar a obsessão de não haver nunca uma turma no recreio quando falta o professor;
b)Os critérios de necessidade de substituição sejam definidos pela escola (há muitos professores que só faltam esporadicamente, sem nenhum prejuízo significativo para os alunos);
c)As escolas tiverem condições para organizar actividades de complemento educativo verdadeiramente educativas (por exemplo, num espaço polivalente vigiado);
d)Os horários dessa componente não lectiva forem organizados, num quadro de autonomia e maleabilidade, de acordo com as necessidades pedagógicas de cada escola, e perspectivados no âmbito dos projectos educativos - nomeadamente, criando-se tempos comuns para trabalho colaborativo entre professores ou de uma disciplina, ou de um projecto, ou de conselhos de turmas mais problemáticas.
Em suma: muitos professores já davam mais tempo à escola voluntariamente; uma organização criteriosa, mas com maleabilidade e tendo em atenção as necessidades de trabalho em casa, daquela componente justificaria a medida, a meu ver. O problema é que ela foi imposta precipitadamente e por razões sem suporte pedagógico de qualidade.

tsiwari disse...

Há uma medida MUITO positiva e deveras óbvia : a contratação plurianual e a recondução de docentes.

Maria Beto disse...

Neste momento a minha cabeça está vazia de coisas boas... Mas acho uma ideia interessante.

(Queres mudar o meu link?)

Bj

JMA disse...

Concordo com a tese da IC, mas nas circunstâncias que refere.
Seria positivo tb a celebração dos contratos de autonomia se fosse uma medida séria (e não mera propaganda).
Seria positiva uma maior procura da formação profissional se isso correspondesse a uma qualificação consistente e a melhores oportunidades de vida para os respectivos diplomados.
Seria tb positivo se os RVCC reconhecessem, valorizassem e promovessem competências reais e não fossem uma mera estatística.
Foi positivo (ainda que com danos colaterais difíceis de medir) a redução significativa do absentismo docente.
Mas o balanço que o tempo fizer será pouco amigável para MLR...