domingo, janeiro 2

A Esperança Tem de Começar no interior de nós mesmos

Finalmente aqui venho para inscrever a tese que está no título. Isto é, temos de querer e crer no nosso poder de reconstrução dos nossos pequenos mundos. Tendo dito e escrito que os professores têm mais poder do que o que pensam possuir. E podem mobilizá-lo para essa reinvenção de dias mais claros. São, certamente, pequenos poderes. Mas que farão toda a diferença para muitos alunos e colegas de ofício.
E Bem precisados estamos. Porque é ilusório pensar que será o sistema que nos trará respostas para os problemas. O sistema só nos anuncia mais problemas: mais tempo de trabalho, menos remuneração, mais conflitualidade, menos, mais... numa contabilidade desastrosa.
E, neste cenário, teremos encontrar dentro de nós e na relação com os nossos pares novas formas de tecer a esperança em melhores dias.

2 comentários:

Anónimo disse...

Amanhã começa o 2º período lectivo. É um reinício intemporal: A mesma predisposição para ensinar, a mesma vontade de recomeçar...
O que mudou no modo como vivo a escola não chegou aí. E enquanto não chegar, os dias serão mais claros :)

IC disse...

"dentro de nós e na relação com os nossos pares", diz e bem o JMA. Eu já não tenho pares, mas acho fundamental também o 2º aspecto. Cada um isoladamente pouco efeito tem, mas todos (ou ao menos muitos) juntos em cooperação têm realmete muito mais poder do que julgam. E, porque de facto é ilusório esperar do sistema respostas positivas para bem da Escola Pública, perdoem-me que diga que é tempo de pensar menos em união para lutas de protesto contra o sistema, para pensar mais em união pedagógica. Sempre fui e continuo a ser sindicalizada, sempre fiz as greves enquanto fui trabalhadora, participei nas manifestações mesmo quando já estava aposentada, pelo que sou insuspeita ao dizer o que disse. Mas nunca fiz isso tudo a olhar para o meu umbigo e, por isso, repito: Acho que é tempo (aliás, sempre foi tempo) de lutar no campo pedagógico por um ensino de qualidade para TODOS os alunos - nesse campo pedagógico que, apesar de programas inadequados, etc., é um espaço dos professores onde nenhuma tutela pode/consegue tocar sem que o professor consinta.

Nota: Sim, pode custar e revoltar ter mais trabalho, menos salário, etc. Mas eu apanhei o tempo, que não foi dos actuais colegas,
em que trabalhávamos aos sábados porque o sábado era um dia escolar como outro qualquer, os salários dos docentes eram incríveis antes do reajustamento salarial, mas muitos e muitos eram professores por escolha e vocação, não porque não tivessem alternativa.
Pareço estar a debitar moral - longe de mim tal ideia, garanto. Apenas pretendo incutir ânimo e dizer que é tempo para deixar o desânimo e a desmotivação, que foram bem compreensíveis e a mim própria chegaram a atingir levando-me à reforma mais cedo do que projectava (embora sem antecipação - na altura já com direito a ela há um ano).

DESCULPEM. Acho que hoje me excedi.