sexta-feira, outubro 7

Depende de nós


Certa vez, um jovem chegou à beira de um oásis, junto a um povoado e, aproximando-se de um velho, perguntou-lhe:
- Que tipo de pessoas vive neste lugar?
- Que tipo de pessoas vive no lugar de onde você vem? Perguntou por sua vez o ancião.
- Oh! Um grupo de egoístas e malvados - replicou-lhe o rapaz - estou satisfeito de haver saído de lá.
A isso o velho replicou:
- A mesma coisa você haverá de encontrar por aqui.
No mesmo dia, um outro jovem se acercou do oásis para beber água e vendo o ancião perguntou-lhe:
- Que tipo de pessoas vive por aqui?
O velho respondeu com a mesma pergunta:
- Que tipo de pessoas vive no lugar de onde você vem?
O rapaz respondeu:
- Um magnífico grupo de pessoas, amigas, honestas, hospitaleiras. Fiquei muito triste por ter de deixá-las.
- O mesmo encontrará por aqui, respondeu o ancião.
Um homem que havia escutado as duas conversas perguntou ao velho:
- Como é possível dar respostas tão diferentes à mesma pergunta?
Ao que o velho respondeu:
- Cada um carrega no seu coração o meio ambiente em que vive. Aquele que nada encontrou de bom nos lugares por onde passou, não poderá encontrar outra coisa por aqui. Aquele que encontrou amigos ali, também os encontrará aqui. Somos todos viajantes no tempo e o futuro de cada um de nós está escrito no passado. Ou seja, cada um encontra na vida exactamente aquilo que traz dentro de si mesmo. O ambiente, o presente e o futuro somos nós que criamos e isso só depende de nós mesmos.

(Autor desconhecido)

domingo, setembro 11

Faz a diferença!

Era uma vez um escritor que morava numa tranquila praia, próxima de uma colónia de pescadores. Todas as manhãs ele caminhava à beira do mar para se inspirar, e à tarde ficava em casa a escrever.
Certo dia, caminhando pela praia, ele viu um vulto que parecia dançar. Ao chegar perto do vulto, ele reparou que se tratava de um jovem que recolhia estrelas-do-mar da areia para, uma por uma, jogá-las novamente de volta na água.
– Porque fazes isso? – perguntou o escritor.
– Não está a ver? – explicou o jovem – A maré está baixa e o Sol está muito quente. Elas vão secar e morrer se ficarem aqui na areia.
O escritor espantou-se:
– Meu jovem, existem milhares de quilómetros de praias por todo o mundo e centenas de milhares de estrelas-do-mar espalhadas pela praia. Que diferença faz? Jogas umas poucas no mar. A maioria vai morrer de qualquer forma.
O jovem pegou mais uma estrela na praia, jogou de volta na água e olhou para o escritor.
– Sim, mas para esta eu fiz a diferença.
Naquela noite o escritor não conseguiu dormir, nem sequer conseguiu escrever. Pela manhã, voltou à praia, uniu-se ao jovem e, juntos, começaram a jogar estrelas-do-mar de volta ao oceano.

Rangel, Alexandre (Org.) (2002). As mais belas parábolas de todos os tempos, vol.1, pág.97. Editora Leitura.


Tal como nesta estória, faço votos que cada um dos professores consiga fazer a diferença na vida dos seus alunos.
Desejo-vos um excelente ano letivo, repleto de realizações pessoais e profissionais.
Faz a diferença!

segunda-feira, junho 27

LÍNGUA PORTUGUESA - 7ºAno: Leando, o Rei da Helíria, de Alice Vieira - Texto ...

LÍNGUA PORTUGUESA - 7ºAno: Leando, o Rei da Helíria, de Alice Vieira - Texto ...: "Texto completo da peça Leandro, o Rei da Helíria , de Alice Vieira . Passa-o para o teu computador, imprime-o e lê-o com atenção. Espero que..."
com a provecta idade de 70 anos, há 7 anos a trabalhar como voluntária em e para Angola e Moçambique, à procura de refrescar os exercícios e materiais para facilitar o ensino e a aprendizagem da língua portuguesa por crianças, jovens e adultos, cheguei ao seu blogue.
Não poderei, certamente, utilizar os seus materiais, mas não quero deixar de o felicitar pelo extraordinário trabalho que apresenta. Isto, sim, deveria ser tido em conta para a avaliação do desempenho!
Bem haja! Um abraço cordial de uma jovem professora, jovem porque, como Professora, nunca deixei envelhecer o coração. Um abraço cordial da Maria do Carmo Cruz.
PS. Se quiser saber algo maissobre mim, dê um salto a piruetasdeavo.blogspot.com

segunda-feira, abril 25

Num tempo de não esquecer o passado...

Vim só deixar uma flor neste Aragem que não está esquecido, mas está muito solitário ;)

domingo, janeiro 2

A Esperança Tem de Começar no interior de nós mesmos

Finalmente aqui venho para inscrever a tese que está no título. Isto é, temos de querer e crer no nosso poder de reconstrução dos nossos pequenos mundos. Tendo dito e escrito que os professores têm mais poder do que o que pensam possuir. E podem mobilizá-lo para essa reinvenção de dias mais claros. São, certamente, pequenos poderes. Mas que farão toda a diferença para muitos alunos e colegas de ofício.
E Bem precisados estamos. Porque é ilusório pensar que será o sistema que nos trará respostas para os problemas. O sistema só nos anuncia mais problemas: mais tempo de trabalho, menos remuneração, mais conflitualidade, menos, mais... numa contabilidade desastrosa.
E, neste cenário, teremos encontrar dentro de nós e na relação com os nossos pares novas formas de tecer a esperança em melhores dias.

sábado, janeiro 1

A Esperança começa por acreditarmos nas crianças/alunos

Via referência do JMA no Terrear, trago para aqui uma parte de um relato de uma professora no Vox Nostra. E o que eu gostaria de deixar dito neste primeiro dia do Novo Ano, é dito no último parágrafo por essa professora. Porque acredito convictamente que todos os alunos são capazes de aprender, podendo é ter as aptidões escondidas ou bloqueadas, e que mesmo os que parecem não querer, lá no fundo gostariam de aprender.

(...)

Sou professora de uma turma Ninho do 8º ano, e quando o Ninho foi formado no início do ano, a professora titular forneceu-me algumas informações relativamente aos quatro alunos que iriam ficar comigo. O C. foi o aluno que me chamou mais à atenção, não só porque, segundo a colega, era um aluno com imensas dificuldades de concentração/ atenção, de aprendizagem, mas sobretudo com dificuldades de relacionamento. Logo na primeira aula, o C. isolou-se na sala (e a sala é bem pequena), mal levantava a cabeça, mal respondia às minhas solicitações, era introvertido, e quando os colegas falavam com ele, ele simplesmente ou não respondia, ou dizia qualquer coisa “entre dentes”, imperceptível. Percebi mais tarde que não gostava de aulas, e estava ali por obrigação. Sempre que eu ia para as aulas, pensava numa forma de motivar o C., mas infelizmente saia sempre com um enorme vazio, fracasso, e incapacidade de lidar com este desafio. No entanto, eu continuava a acreditar…
O primeiro conteúdo programático a ser leccionado no 8º ano, e em termos de revisão/ consolidação, foi o texto poético. Todos nós sabemos a dificuldade que existe em conquistarmos os alunos com este tipo de texto, porém, é para mim um prazer enorme “inventar” estratégias/ actividades para os cativar e levá-los a gostar de poesia. Só que nenhuma delas funcionava com o C., e ele continuava no seu canto, em silêncio, no seu mundo. Inesperadamente, e sem pensar em qualquer tipo de intenção, comecei a reparar que nalgumas aulas, o C. fazia uns “rabiscos” no seu caderno. E numa aula, aqui sim, intencionalmente, e a propósito de uma poesia de Eugénio de Andrade, “Paisagem”, perguntei ao Ninho quem sabia desenhar. O C. levantou a cabeça, os colegas responderam de imediato: “O C. stora!”. (Confesso que era esta a reacção que eu esperava). Ele olhou para mim, e eu perguntei: “Queres ir ao quadro C.? Quero desafiar-te.” Incrédula, vi o C. levantar-se, dirigir-se ao quadro, e agarrar na caneta que estava na secretária. “Que quer que eu faça, stora?”, perguntou ele. Senti uma alegria interior. O C. estava a ter um diálogo comigo! E foi aí que o desafiei: “Quero que pintes o poema que os teus colegas acabaram de ler. Vou pedir-lhes para lerem o poema devagar, e tu vais desenhando o que ouves.” E assim foi. Começou a desenhar, cada linha, cada verso, cada imagem que ia “ouvindo”. E nós, cá atrás, estávamos sem palavras. Sem reacções. Apenas olhávamos, em silêncio, cada traço, cada curva, cada figura do C.. E no final, todos aplaudimos. Eu, com uma enorme satisfação, abracei-o, e tirei uma fotografia da “pintura”. O C. sorriu, agradeceu, e manteve o mesmo sorriso até ao final da aula. A partir desta aula, a atitude do C. mudou completamente. É o primeiro a chegar à aula, quer participar, ir ao quadro, tomar apontamentos no caderno diário, e até escrever. Sim, ele escreveu um poema!
(...)
É com esta “história fantástica” e exemplificativa, que pretendo mostrar a todos (as) os (as) colegas que é possível acreditar, mesmo quando pensamos que não vamos conseguir. Não desistam. Dentro de cada aluno, há uma resposta e um sinal, mais precisamente uma chave, para chegarmos até eles. Sucesso não é só levá-los a atingir resultados, é sobretudo levá-los a ganhar confiança neles próprios, e levá-los também a acreditar que são capazes de conseguir.

sexta-feira, dezembro 31

O melhor 2011...

... para todos!

domingo, novembro 28

Esperança

A Fátima André semeou um desafio na caixa de comentários. Diz ela que urgem "novos testemunhos de encorajamento e esperança. Só o Bem pode fazer a diferença! Espalhá-lo é competência daqueles que acreditam conseguir inventar dias mais claros, como diria o nosso JMA".

É uma grande verdade, Fátima. Apesar da negrura dos dias nas escolas situadas, há que acreditar que é possível inventar dias mais claros... também pela nossa sanidade.

Espero que aceites a devolução do repto: deixa-nos o teu testemunho de encorajamento. No próximo mês, tentaremos (todos os confrades que por aqui passarem e desejarem) relatar uma pequena história ou descrever um facto, agregar uma fotografia ou um poema, publicar algo que suscite esse sentimento cada vez mais raro nos dias que correm: a esperança.

Este nosso espaço é teu. És bem-vinda, Fátima!

sexta-feira, agosto 20

No dia a seguir ao Dia Mundial da Fotografia

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[Atlântico, Agosto'10]





... porque os dias seguintes também são muito importantes!

sábado, junho 19

A sua obra ficará para sempre

Sem palavras, deixo aqui apenas a recordação do Homem e Escritor. Da sua obra... essa não morre!

sexta-feira, junho 11

ARagem

O template do nosso Aragem foi atacado por uma virose. Decidi dar-lhe esta roupagem, leve e fresca. Espero que seja do vosso agrado! :)

quinta-feira, maio 13

Motivar os alunos e combater a indisciplina

Preciosos posts do JMA "desaparecem" depressa devido às postagens diárias (todas preciosidades). Hoje escolhi estes três posts para lhes manter a visibilidade:















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Pequena memória/recordação

[Tenho tão poucas fotos deles... :-( ]

quinta-feira, abril 22

A autoridade propõe-se e impõe-se.

Nada encontrei melhor pretexto para prosseguir com a reanimação do Aragem: reeditar um excerto de um texto do Savater, que publiquei no outrÒÓlhar.

A palavra «autoridade» remete etimologicamente para o verbo latino augeo, que significa, entre outras coisas, fazer crescer. O paradoxo de toda a formação é o facto de o eu responsável se forjar a partir de escolhas induzidas, pelas quais o sujeito ainda não se responsabiliza. A aprendizagem do auto-controlo inicia-se com as ordens e indicações da mãe, que a criança mais tarde interioriza numa estrutura psíquica dual que a torna ao mesmo tempo um emissor e um receptor de ordens: quer dizer, a criança aprende a comandar-se a si própria, obedecendo aos outros. Em todas as latitudes, as crianças crescem como a hera trepa pela parede, com o auxílio dos adultos que lhes oferecem ao mesmo tempo apoio e resistência. À falta desta tutela, nem sempre complacente, é possível que acabem por tornar-se disformes até à monstruosidade. E a autoridade sobre elas exercida deverá caracterizar-se pela continuidade – primeiro, na família, depois, na escola: se a um período de abandono caprichoso se seguir uma brusca interrupção autoritária, será fácil que o resultado venha a revelar-se um desastre. Decerto, a autoridade dos maiores propõe-se aos menores como uma colaboração que lhes é necessária; mas, em certas ocasiões, terá também de se lhes impor. E é disparado aplicar estritamente desde o infantário o princípio democrático segundo o qual tudo deve ser decidido entre iguais, porque as crianças não são iguais aos seus professores no que se refere aos conteúdos educativos.

(Fernando Savater)

A minha escola acaba de comemorar os 25 anos de serviço público, do bom.

Foi uma festa bonita, de reencontros e de muitas evocações. O tema «autoridade» foi várias vezes revisitado nas palavras de Savater, actuais, como sempre!

quarta-feira, abril 21

O Melhor Professor

Palavras Chave: gostar dos alunos; acreditar; confiança; inovação; invenção; determinação; exigência; trabalho.

terça-feira, abril 20

Só para enfeitar este Aragem tão abandonado...

Imagem final do meu primeiro fractal confirmado por amigo e matemático especialista como sendo mesmo fractal, sem erro, ainda que simples e pequeno.